Jornal Correio Braziliense

Cidades

Cerveja e campanha política no movimento dos rodoviários

Ao som de forró, funk e sucessos dos anos 80, motoristas e cobradores iam chegando para a assembleia, marcada às 9h de ontem. Desde cedo, o diretor do Sindicato dos Rodoviários Lúcio Lima implorava ao microfone, do alto do carro de som: ;Pelo amor de Deus, não bebam! Não queremos apartar briga de companheiro embriagado hoje. Nem que vocês tomem decisões sérias sob efeito do álcool;. O pedido não adiantou muito. Teve quem voltasse para casa cambaleando.

Enquanto o presidente do sindicato não chegava para dar início aos informes, deputados distritais da bancada do PT, todos de olho nas eleições de outubro, aproveitaram a categoria reunida para apertar a mão de um por um e treinar os discursos inflados. ;Senhor Rogério Rosso, cuidado com os rodoviários. Quando eles param, a cidade para!”, deu o recado a deputada Érika Kokay, que deve se candidatar a uma cadeira na Câmara dos Deputados.

O distrital Chico Leite (PT) seguiu enchendo a bola dos rodoviários e disparou: ;Vocês sabem negociar, mas se for preciso radicalizar, vocês sabem também;. Paulo Tadeu, também do PT, foi outro que falou ao microfone e manifestou apoio aos grevistas. ;Eu e o PT estamos do lado de vocês. Seja pelo bem ou pela greve, estamos com vocês.;

Candidato à reeleição, o deputado distrital Cabo Patrício (PT) chegou atrasado. Não conseguiu discursar, mas durante toda a assembleia, que durou uma hora, esteve em cima do carro de som, sempre à vista da multidão. Geraldo Magela, também do PT e pré-candidato à reeleição na Câmara Federal, não pôde ir, mas fez questão de mandar cabos eleitorais distribuírem panfletos, muitos usados para cobrir as latinhas de cerveja.

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Catraca livre

Os ônibus, segundo o Sindicato dos Rodoviários, devem circular sem a cobrança de passagem. Os empresários informaram que não irão impedir os motoristas de sair com os ônibus.

O que mais pode acontecer

; protestos nos terminais
; piquetes
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