Jornal Correio Braziliense

Cidades

Rodoviários insistem em greve e fazem nova assembleia neste domingo

Categoria ouve apelo do governo local, mas se reúne decidida a paralisar a atividade a partir de amanhã

Apesar da tentativa do Governo do Distrito Federal (GDF) em evitar a paralisação dos rodoviários, a categoria dá sinais de que cruzará os braços a partir de amanhã. Na noite de sexta-feira, o secretário de Governo do DF, Geraldo Lourenço de Almeida, se reuniu com representantes dos grevistas e fez um apelo para que eles desistam do movimento. Ouviu que o pedido seria analisado em assembleia marcada para as 9h de hoje. Mas representantes do Sindicato dos Rodoviários do DF ouvidos pelo Correio deram a entender que não haverá circulação de ônibus na segunda-feira. Caso isso se confirme, a previsão é que um milhão de pessoas sejam prejudicadas.

A população sentiu uma prévia da consequência da falta do serviço na última quinta-feira, quando os rodoviários paralisaram o serviço em alguns períodos. Na ocasião, os donos das empresas não ofereceram proposta alguma diante das reivindicações dos trabalhadores, que querem 20% de aumento e renovação de acordo coletivo vencido em abril (leia quadro). ;Esse é um assunto entre rodoviários e patrões. O que o governo puder fazer para evitar a greve ele fará, mas não podemos entrar diretamente na negociação se nem os empresários se manifestaram ainda;, comentou ontem o governador Rogério Rosso (PMDB).

Segundo o secretário Almeida, o governo abriu o diálogo com a categoria. ;Apenas ouvimos as reivindicações dos trabalhadores. O movimento é legítimo, mas a greve não interessa a ninguém;, disse. Ele contou que o aumento de tarifa, o que não ocorre desde 2006, não foi discutido na conversa com os rodoviários. ;Por enquanto, não há sinalização para isso, não é o momento;, destacou. Mais uma vez, nenhum representante do Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo do DF, presidido pelo empresário Wagner Canhedo Filho, quis comentar a ameaça de greve.

O Correio também não conseguiu contato ontem com o presidente do Sindicato dos Rodoviários, João Osório da Silva. Único integrante da diretoria da entidade localizado pela reportagem, Lúcio Lima deu a entender que a conversa não muda em nada o cronograma da paralisação. ;Apenas uma negociação impediria o movimento. De qualquer forma, a história mostra que toda vez que o governo intervém, o problema costuma se resolver;, comentou. A categoria decidiu cruzar os braços em assembleia realizada há uma semana. A Justiça determinou que 60% das linhas de ônibus circulem normalmente em caso de paralisação.

Colaboraram Isabel Vilela
e Luísa Medeiros