Jornal Correio Braziliense

Cidades

Sem recarga, postos da Fácil estão praticamente vazios

No posto de Taguatinga, os funcionários informam que não haverá recarga, mas algumas pessoas insistem em aguardar na fila

Os estudantes que chegam aos postos da Fácil - empresa responsável pela bilhetagem eletrônica no Distrito Federal -, na manhã desta terça-feira (8/6), são informados que não haverá recarga hoje. Além disso, quem tenta recarregar os cartões do passe livre fica sabendo, também, que não existe uma previsão de novo repasse de dinheiro.

A verba de R$ 6 milhões, depositada pelo Governo do Distrito Federal no dia 28 de maio, acabou no fim da tarde de ontem (7/6). Mesmo assim, na agência de Taguatinga, algumas pessoas insistem em esperar na fila. É o caso da dona de casa Daniele Cristine da Silva Santos, 26 anos. Ela tentou recarregar o cartão do filho de oito anos, que cursa a 3; série do Ensino Fundamental, por volta das 8h. "Dizem que não tem dinheiro. Vou aguardar, vai que a verba chega e depois acaba rapidinho", disse a mulher.
Já no posto do Setor Comercial Sul, a fila estava menor. Alguns estudantes reclamavam que os cartões foram bloqueados desde ontem (7/6). A assessoria de imprensa da Fácil, afirma que isso ocorre quando o benefício é utilzado de forma indevida e orienta quem sofre com o bloqueio a procurar a agência do Conic. (Veja abaixo casos em que o benefício é suspenso)
Segundo a assessoria do GDF, na quarta-feira (9/6), deve chegar à Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), a nova proposta de mudança na lei do passe livre, junto com um novo pedido de crédito. O valor que será pedido, ainda não foi estipulado.
Memória
Desde o início deste ano, os alunos tiveram problemas com a implementação da Lei n; 4.462, do passe livre. Faltando um dia para o início das aulas da rede publica de ensino, o governo não havia repassado todo o dinheiro necessário para abastecer os cartões.

A falta de verba se repetiu por inúmeras vezes. No início, o governo estipulou uma média de R$ 4 milhões por mês. Mas segundo a assessoria da imprensa da Fácil, o valor necessário para que não houvesse problemas com a recarga dos cartões seria de aproximadamente R$ 13 milhões mensais.

De janeiro a maio foram repassados R$ 23 milhões à Fácil.
Projeto
A lei do passe livre foi instituída no dia 13 de janeiro de 2010. Desde então, não foi feita nenhuma mudança no projeto.

Na primeira proposta de modificação, enviada à CLDF em 13 de maio, apenas os estudantes com renda familiar bruta mensal de três salários mínimos - R$ 1.530 - teriam acesso gratuito ao transporte público. Este projeto não chegou a ser votado pela Casa.

Com o segundo texto, que deve ser entregue à CLDF, na quarta-feira (9/6), estudantes de escolas públicas terão isenção total do pagamento de passagem. Para quem estuda em instituições particulares haverá duas regras: os que tiverem renda familiar de até quatro salários mínimos - R$ 2.040 - não pagarão passagem. Acima disso, os alunos terão que arcar com um terço do valor integral.
Benefício suspenso
O estudante cadastrado no programa do Passe Livre estudantil terá o benefício suspenso, caso:


- Acumule o passe livre estudantil a outro benefício. Por exemplo, quem for cadastrado no programa não pode ser simultaneamente beneficiário do metrô, ou ter carterinha de idoso ou de portador de necessidades especiais;

- Utilize o cartão aos domingos e feriados (o uso aos sábados será permitido se houver aula na grade curricular);

- Utilize o cartão em linhas não permitidas (no momento de ser incluído no programa, o estudante informa os endereços residencial e escolar. Ele poderá usar o benefício somente nas linhas de ônibus que fazem o trajeto casa-escola-casa, que serão identificadas no cadastro);

- Exceda o uso do benefício a mais de quatro viagens diárias.