Desde 17 de abril, o Complexo Cultural da República, na Esplanada dos Ministérios, tem em seu nobre espaço uma tenda que foge à cor branca característica de Brasília. É ali que a Universidade Livre do Circo (Unicirco) recebe o público da cidade, que tem a oportunidade de assistir às apresentações gratuitas do musical circense intitulado Somos todos brasileiros. Com o objetivo de abrir as artes à comunidade, uma das ações contará com parceria do Correio Braziliense no auxílio a instituições, por meio da arrecadação de alimentos em uma sessão especial, em 2 de junho.
;Viemos para a comemoração do aniversário de Brasília e vamos ficar até 13 de junho. Toda a temporada foi aberta ao público gratuitamente, principalmente às escolas e à Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania, para a apresentação também a idosos e doentes;, explicou o ator e circense Marcos Frota, em visita ao jornal, na sexta-feira passada. Segundo ele, foram feitas exibições a instituições parceiras que prestam serviços públicos, como polícia, SLU e secretarias do governo. Daí a participação também do Correio.
Segundo Frota ; considerado o embaixador do circo no Brasil ;, a Unicirco, que busca atender ao maior número possível de pessoas, beneficia a comunidade de três maneiras diferentes. Além das apresentações gratuitas, são realizadas oficinas lúdicas e ações sociais em todos os lugares aonde o grupo chega.
Em um primeiro momento, são feitas audições com artistas da cidade, no intuito de valorizar o trabalho local, para, em seguida, serem abertas as oficinas com alunos indicados por projetos sociais. Em Brasília, os beneficiados fazem parte da organização não governamental (ONG) Saber.
;A gente oferece um excelente espetáculo de qualidade para quem não teria acesso;, argumenta Frota, defendendo que trabalhos solidários também devem seguir um padrão de alto nível, ao contrário do que muitas vezes é visto. ;Só por meio da excelência artística a gente pode abrir para o social;, defende.
Cidadania
;Eu entendi que o circo não deveria ser o exercício da minha vida de empreendedor, e sim da minha cidadania. Com 30 anos de carreira e 55 de idade, entendi que estava na hora de retribuir. Em vez de seguir uma linha comercial, optei por definir o projeto como uma atitude social;, conta Frota, demonstrando seu grande fascínio pela arte. E acrescenta: ;O circo só tem graça para mim, agora, se for assim;.
Segundo ele, essa atitude não surgiu de uma hora para outra. A ela, o ator associa a experiência de viver na TV quatro personagens com deficiências físicas. O último foi Jatobá, em 2005, na novela América, de Glória Perez (TV Globo). O personagem era cego e tinha um cachorro guiando-o. ;Percebi que o circo poderia ser um meio de promoção social e encontrei força suficiente para isso;, conta.
A sessão em parceria com o Correio destinará os produtos arrecadados a duas instituições de Brasília, sendo uma delas indicada pelo projeto Correio Braziliense Solidário.
ESPETÁCULO
Somos todos brasileiros
Em 2 de junho, quarta-feira, às 20h30
Local: Complexo Cultural da República ; Esplanada dos Ministérios (ao lado do Museu da República)
Site: www.unicirco.com.br
Informações: 8217-4872