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Inadimplência está em queda

Em abril, o índice de calote ficou em 5,1%, um ponto percentual menor do que em março. Para a Câmara de Dirigentes Lojistas, o recuo mostra que a economia local segue normal e a tendência é de mais pessoas fora do SPC

Os lojistas do Distrito Federal comemoraram o movimento de recuo da inadimplência da pessoa física em abril, após três meses de alta sucessiva. O índice, medido pela Câmara de Dirigentes Lojistas do DF (CDL-DF), ficou em 5,1%, contra 5,2% registrado em março último. Com relação a abril do ano passado, quando o indicador cravou 5,3%, também houve queda. Para a entidade, a queda é sazonal, resultado do fim do primeiro trimestre. Trata-se de um período em que dívidas de fim de ano se acumulam aos gastos típicos de janeiro, fevereiro e março e são de difícil quitação.

;O recuo em abril, resultado que já tínhamos previsto, mostra que a economia está seguindo seu curso normal no DF e que as pessoas estão procurando limpar o nome;, afirmou Vicente Estevanato, presidente da CDL-DF. De acordo com ele, a inadimplência de maio deve ficar menor e pode chegar a 4% em junho.

O índice de inadimplência no DF mantém-se em uma linha de estabilidade todos os anos. Oscila entre 4% e 5% , dependendo do mês em que é medido. A CDL-DF, que administra o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), chega ao indicador fazendo um cálculo entre o número de pessoas incluídas no cadastro(1) e a quantidade de consumidores que deixa a lista a cada 30 dias. Em abril, 134.911 moradores do DF tiveram o CPF incluído, e 141.791 limparam seus nomes.

Além de significar menos calote, a inadimplência em baixa anima o comércio porque significa que há mais potenciais compradores com crédito limpo na praça e, portanto, habilitados a contrair novos financiamentos. ;Vivemos uma época de muita concessão de crédito, de facilidades para quem compra, e, consciente disso, o próprio consumidor quer resolver com rapidez sua situação no SPC;, afirma Vicente Estevanato.

O presidente da CDL-DF diz ainda que, este ano, o recolhimento tardio de dois tributos característicos do início do ano, o Imposto sobre Veículo Automotivo (IPVA) e o Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU), contribuíram para que a inadimplência dos primeiros meses do ano ficasse inferior à dos mesmos períodos de comparação em 2009. ;No ano passado, em fevereiro o governo já estava cobrando IPVA. Em 2010, tudo ficou para abril, o que foi ótimo e deu fôlego aos consumidores;, declara.

Em janeiro, fevereiro e março de 2009, a inadimplência medida pela CDL ficou em 4,8%; 5,2% e 5,7%, respectivamente. Nos mesmos meses deste ano, ficou, respectivamente, em 4,6%; 4,9% e 5,2%.

Para retirar o nome do SPC, o consumidor deve procurar o credor ; loja, financeira ou banco ; e negociar ou pagar a dívida. Com o débito quitado ou renegociado, deve procurar o balcão do Serviço de Proteção ao Crédito no Edifício CDL, que fica no Setor Comercial Sul, quadra 6, bloco A.

Bons pagadores
Arquitetos e amigos, Thalles Rezende, 26 anos, e Arnaldo Gawblinski, 34, nunca estiveram no cadastro do SPC e não pretendem entrar. Ambos relatam que sempre foram organizados com relação aos gastos mensais.

;Tenho uma agenda com as minhas contas e tenho a noção exata do que posso gastar. Se quero fazer compras além do meu orçamento, recorro ao cartão de crédito, mas sempre com cuidado;, afirma Thalles. Ele diz, ainda, que já atrasou em alguns dias o pagamento de contas, mas que se preocupa em não deixar passar tempo em excesso, para que seu nome não seja negativado. ;Como bom brasileiro, já demorei um pouquinho para pagar;, brinca.

Arnaldo Gawblinski diz que dá preferência a pagamentos à vista e só parcela as maiores, para não se enrolar com prestações acumuladas. ;Prestação, só a do meu carro;, afirma.

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Perfil
Segundo perfil traçado pela CDL em abril deste ano, os inadimplentes do Distrito Federal são em sua maioria mulheres, que correspondem a 50,93% dos devedores enquanto os homens são 49,07%. Com relação a faixa etária, o maior número de incluídos no SPC, 26,6%, tem entre 30 e 39 anos. Em seguida vêm os consumidores com idade entre 40 e 49 anos, que são 25,51% e, em terceiro, pessoas de 50 a 64 anos, que correspondem a 18,55% do total. Os maiores de 65 anos são 5.09% do total de endividados. Os jovens de 18 a 24 anos são minoria, representando apenas 4,72% dos devedores.

"No ano passado, em fevereiro o governo já estava cobrando IPVA. Em 2010, tudo ficou para abril, o que foi ótimo e deu fôlego aos consumidores"
Vicente Estevanato, presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas do DF

O número
141.791

Total de brasilienses que tiraram o nome da lista do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC)