A Secretaria de Saúde do Distrito Federal começou a distribuir ontem para unidades regionais e hospitais materiais em falta na rede, como esparadrapo, fios para sutura e lâminas de bisturi. A expectativa é de que a compra, realizada por meio de pregão, supra as necessidades de abastecimento do setor pelos próximos seis meses. Os estoques também foram reforçados com a reposição de medicamentos em falta na Farmácia de Alto Custo, só que, nesse caso, os produtos foram adquiridos por meio de adesões a atas(1) de preço de outros estados.
Além disso, o governador Rogério Rosso (PMDB) anunciou ontem à noite a contratação de 592 médicos para a rede pública, incluindo 90 anestesistas, 150 clínicos-gerais, 60 pediatras e 20 psiquiatras. ;Neste ano, quase 2 mil profissionais serão convocados para trabalhar na saúde;, afirmou o secretário, Joaquim Barros Neto. Os convocados terão 25 dias para tomar posse. A Secretaria de Saúde também empossa na quinta-feira 782 servidores, entre administrativos, auxiliares de enfermagem, psicólogos e nutricionistas.
Na última semana, o Correio mostrou a falta de materiais hospitalares básicos na maior unidade de saúde do DF, o Hospital de Base. O material recebido pela secretaria deve servir de reserva até que o programa de descentralização do dinheiro da saúde para as unidades regionais e hospitais; determinado pelo governador Rogério Rosso há uma semana ; seja devidamente regulamentado. As regras ainda não foram divulgadas, mas os recursos mensais distribuídos devem variar de 2% a 3% do faturamento de cada regional, sendo de, no mínimo, R$ 30 mil e, no máximo, R$ 170 mil. ;Isso já vai evitar, em grande parte, que faltem medicamentos mais básicos, essenciais ao funcionamento do dia a dia dos hospitais;, afirmou o subsecretário de Atenção à Saúde, José Carlos Quinaglia.
Segundo o diretor da Unidade Administrativa Geral (UAG) da pasta, Armando Assunção, o procedimento de compra dos materiais hospitalares básicos durou cerca de sete dias, sendo que parte dos produtos já foi distribuída ontem. ;Tudo foi feito por meio de adesão de atas de outros estados. Agora, estamos deixando claro o registro das nossas próprias atas para que elas sejam utilizadas nas compras que passarão a ser feitas pelos próprios hospitais;, explicou.
Já na Farmácia de Alto Custo, que começou a funcionar ontem na estação do metrô da 102 Sul, ainda faltam 15 dos 140 medicamentos que devem ser fornecidos para a população. A farmácia deve atender cerca de 1,4 mil pessoas por dia. ;Ainda estão em falta remédios imprescindíveis, como o utilizado para tratar níveis altos de colesterol e a osteoporose;, ressaltou Quinaglia. Os medicamentos devem chegar às prateleiras ainda hoje, segundo o subsecretário.
Site
Para informar a população sobre as condições dos estoques de medicamentos, a Secretaria de Saúde publicará em seu site (www.saude.df.gov.br) um mapa em que mostrará o que está ou não disponível, bem como as compras em andamento pela pasta. As medidas para melhorias de atendimento na farmácia também incluem a contratação de 10 agentes de saúde, que ajudarão na orientação dos pacientes que vão em busca de remédios. ;Não queremos que a única informação que eles recebam seja a de vigilantes;, destacou o subsecretário.
No atendimento, por sua vez, os pacientes passarão a contar com senhas eletrônicas e preferenciais. Para agilizar a compra de medicamentos, o Conselho de Saúde avaliará hoje se devolve o controle dos estoques de medicamentos da secretaria para a Diretoria de Farmácia, o que foi extinto em 2008. Desde então, o controle é feito pela UAG, o que viria atrasando as compras. ;Se o controle volta para a Diretoria, ao se perceber que estamos com um estoque crítico (abaixo de 30%), rapidamente providenciamos a reposição;, explicou Quinaglia.
1 - Prazo encurtado
O registro de ata de materiais próprio da UAG deverá estar concluído até o mês que vem.
A adesão à ata reduz o prazo processual, diminuindo o tempo necessário referente à fase interna e externa da licitação e possibilita o atendimento de demandas imprevisíveis.