Jornal Correio Braziliense

Cidades

Exames de DNA dos seis corpos que podem ser de jovens de Luziânia devem sair até sexta

Os resultados dos exames de DNA dos seis corpos encontrados no último dia 11 na Fazenda Buracão de Luziânia ; município goiano distante a 66km de Brasília ; devem sair até sexta-feira próxima. O suspense sobre a identificação das ossadas traz angústia às mães que ainda sonham em rever os filhos. Uma informação extraoficial de uma fonte policial, que preferiu não se identificar, no entanto, enterraria de vez o sonho para a funcionária pública Sônia Vieira de Azevedo Lima, 45 anos. A suspeita é de o primeiro corpo confirmado pela Polícia Federal do Distrito Federal na quinta-feira passada seja do segundo jovem a desaparecer ; Paulo Victor Vieira,16 ; que é filho dela. A versão, no entanto, não foi confirmada nem pela Polícia Civil goiana nem pela Federal.

Funcionária do Hospital Regional de Luziânia, Sônia se afastou do trabalho desde que Paulo Victor desapareceu, em 4 de janeiro deste ano. Uma forte depressão, antes controlada, voltou a atormentá-la após viver o drama de não ter notícias do único filho homem. Medicamentos controlados e consultas mensais a uma psicóloga lhe ajudam a angariar forças para enfrentar tamanho sofrimento. Mas ontem, depois da suspeita anunciada de o filho ter sido identificado, a servidora pública preferiu se calar. À base de remédios, ela passou o dia em casa e não quis receber ninguém. O sofrimento sempre revelado em inúmeras reportagens, desta vez, ficou guardado nos corações dela e dos familiares. Ontem, todos tentavam esconder o choro. E ninguém quis afirmar o motivo do desespero.

O exame concluído na quinta-feira seguiu lacrado do Instituto Nacional de Criminalística para as mãos do delegado Hellen Weslley de Almeida Soares, da PF. Ele seria o responsável por encaminhá-lo à Polícia Civil de Goiás e também ao Instituto de Medicina Legal de Luziânia (IML) para que os corpos fossem liberados. A diretora do IML, Sônia Cristina de Brito, alega que nenhum documento chegou às suas mãos. ;Eles devem nos enviar todos de uma vez, pois os sepultamentos serão juntos;, contou. Porém, o Correio teve acesso à informação de que a diretora teria recebido na manhã de ontem a confirmação de que outras duas ossadas seriam dos jovens desaparecidos entre 30 de dezembro de 2009. Mas Sônia Brito negou.

Sem liberação
O corpo do pedreiro Ademar Jesus da Silva, 40 anos, acusado de matar os seis jovens, ainda está no IML de Goiânia. Ele foi encontrado morto numa cela isolada da Delegacia Estadual de Repressão a Narcóticos (Denarc), na capital goiana, no último dia 18. A Polícia Civil de Goiás acredita que o homem tenha se matado. No entanto, a corregedoria goiana investiga o caso e só vai liberar o corpo para sepultamento após o desfecho do inquérito.