Jornal Correio Braziliense

Cidades

A história da capital em manchetes

Para comemorar o cinquentenário da capital federal, a Imprensa Nacional reuniu 50 capas de jornais, revistas e periódicos nacionais e internacionais que noticiaram a inauguração de Brasília em 21 de abril de 1960. As peças compõem a mostra Brasília na primeira página, inaugurada ontem no Museu da Imprensa. As capas das publicações, que apresentam manchetes favoráveis e contrárias à transferência, dividem espaço com comunicados do próprio governo, como exemplares do Diário Oficial da União.

A maioria das notícias são da véspera e do dia seguinte à inauguração do novo centro de poder nacional, já que, na época, os jornais não circulavam em feriados nacionais. No dia da inauguração, foi rodada a primeira edição do Diário Oficial no Distrito Federal. A exposição integra as comemorações do cinquentenário da transferência da Imprensa Nacional do Rio de Janeiro para Brasília. ;Um dos nossos objetivos é aprofundar a área de imprensa do nosso museu, ainda muito focado na indústria gráfica;, explica o diretor-geral da Imprensa Nacional, Fernando Tolentino.

Entre as capas expostas, está um exemplar especial do grupo Diários Associados, que trouxe como manchete: ;Brasília Amanhece;. Impressos como o Tribuna da Imprensa, por sua vez, criticavam a mudança do centro de poder, afirmando que o Senado Federal retornaria para o Rio de Janeiro. ;Isso reflete a liberdade de expressão e os conflitos de interesses envolvidos na construção da cidade;, avalia Tolentino, destacando que o trabalho de pesquisa para a montagem da mostra utilizou materiais do Arquivo Público do Distrito Federal, da biblioteca do Senado e também da Biblioteca Nacional. A exposição pode ser visitada de segunda a sexta-feira, das 8 às 18h, no Museu da Imprensa (SIG, Quadra 6, lote 800).

MUDANÇA DE PLANO
; Em maio de 1958, o presidente JK determinou a transferência da Imprensa Nacional para Brasília. O então diretor-geral, Alberto Sá Souza de Britto Pereira, iniciou, de pronto, os preparativos para cumprir a missão. A primeira visita a Brasilia, em 1959, teve como pauta a escolha do local para instalar o orgão. A nova demanda exigiu que o urbanista Lucio Costa fizesse uma pequena alteração no plano original da capital para criar um novo setor, o Setor de Indústrias Gráficas (SIG). Hoje, além da Imprensa Nacional, o SIG abriga seis empresas jornalísticas ; sendo a maior delas o Correio Braziliense ;, um canal de televisão, duas emissoras de rádio, 72 empresas gráficas privadas, um hotel, a gráfica do Banco Central do Brasil e três agências bancárias, além de várias outras atividades industriais e comerciais.