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Senador Romeu Tuma critica sistema carcerário por morte de pedófilo de Luziânia

Ao comentar, nesta segunda-feira (19/4), a morte do pedreiro Adimar Jesus da Silva, assassino confesso de seis jovens de Luziânia, o senador Romeu Tuma (PTB-SP) criticou o sistema penitenciário brasileiro por não ter garantido a segurança do preso. O pedreiro estava detido em uma delegacia em Goiânia e foi encontrado morto neste domingo (18/4).

Tuma também criticou o sistema judicial e as falhas da polícia desde o início das investigações. Para o senador, a morte de Adimar da Silva vai prejudicar o esclarecimento completo dos crimes.

- Eu acho que o Estado deveria ter mantido uma vigilância permanente sobre ele [Adimar]. Ele pode ter ficado horas ou o dia inteiro sem observação. O sistema carcerário é falho, houve falha total, que trouxe seis vítimas e ainda a impossibilidade de continuidade de investigação mais séria - disse Romeu Tuma em entrevista à Rádio Senado.

O senador também considerou a hipótese de que o pedreiro tenha sido assassinado como "eliminação de arquivo". Tuma defendeu acompanhamento pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pedofilia dos exames criminológicos sobre a causa da morte do preso, bem como da continuidade das investigações. O inquérito contra Adimar da Silva será suspenso, explicou Tuma, mas investigações precisam continuar, para evitar que casos semelhantes aconteçam.

Prisão perpétua

O senador defendeu prisão perpétua para crimes de abuso sexual de menores. Ele disse que o Parlamento deve atuar de forma mais firme, em conjunto com a polícia e o Ministério Público, para que esse tipo de crime não seja considerado como um delito comum. Tuma disse que abusadores de crianças e adolescentes são psicopatas que sempre voltam a cometer o crime, não havendo, em sua opinião, tratamento que corrija esse tipo de desequilíbrio.

- A pedofiliaEntenda o assunto tem de dar prisão perpétua. Não dá para soltar um psicopata, que uma semana depois repete o fato. E não há exemplo de recuperação de pedófilo. É um criminoso constante, tem de ficar na cadeia - disse Tuma, ao ressaltar que Adimar da Silva deveria ter tido vigilância permanente na delegacia em Goiânia.

Romeu Tuma observou ainda que a Lei de Execuções Penais tem facilitado a liberação de pessoas com antecedentes que possam levá-las à reincidência. Ele voltou a defender a aplicação de exame criminológico para presos com indícios de psicopatia antes da liberação, bem como a adoção de pulseiras eletrônicas para acompanhamento dos presos liberados.