Adriana Bernardes
postado em 15/04/2010 08:57
Um desaparecimento e duas mortes. Todas as vítimas eram meninos com idade entre 11 e 14 anos, moradores de uma mesma rua e que frequentavam a mesma escola em Guamá, bairro da periferia de Belém do Pará. Os crimes ocorreram em 2007 e deixaram a polícia em alerta. Apesar de terem ocorrido num intervalo de três meses, assim que o segundo corpo foi encontrado, a polícia local suspeitou de que tratava-se de um serial killer e montou uma força-tarefa para identificar e capturar o criminoso que ficaria conhecido como o ;Monstro da Ceasa;.Diferentemente de Luziânia, onde os desaparecimentos dos seis jovens ocorreram em menos de um mês, a polícia de Belém tinha dois corpos e um sumiço. Um cadáver foi encontrado em janeiro de 2007. O outro, em março. Além disso, em dezembro de 2006, havia sido encontrada uma ossada na mesma região, uma mata perto da Ceasa. O bandido asfixiava as vítimas com um cordão e depois abusava sexualmente delas. Com exame de DNA, a polícia descobriu que a ossada localizada em dezembro era de um garoto desaparecido.
O delegado Paulo Tames, da Polícia Metropolitana de Belém, convocou cinco delegados e uma equipe de investigadores. Além disso, pediu ajuda a duas especialistas para traçar o perfil do assassino. A prioridade, segundo Tames, foi alertar a comunidade sobre a presença do serial killer. ;Fizemos palestras nas escolas e em centros comunitários. Esclarecemos que esse tipo de assassino não levanta suspeitas. E os cuidados que todos deveriam ter;, relembra.
A investigação durou 11 meses. Nesse período, a comunidade continuou sendo alertada. ;Ainda assim, ele tentou fazer mais uma vítima. Mas estava tão nervoso, que deixou o garoto fugir, e foi assim que o pegamos;, ressalta o delegado. O ;Monstro da Ceasa; foi condenado a 104 anos de prisão. ;Não tenho dúvidas de que evitamos as mortes ao avisar a comunidade. Com informação, os alvos dele puderam se proteger, dificultando sua ação;, destaca Tames.