Jornal Correio Braziliense

Cidades

Maníaco de Luziânia responde por tentativa de homicídio na Bahia

Serra Dourada (BA) - Assassino confesso de seis adolescentes em Luziânia (GO), Adimar Jesus da Silva responde por tentativa de homicídio na Bahia. Ele teve a prisão preventiva decretada por um juiz da comarca de Serra Dourada, no oeste baiano, cidade natal do pedreiro.

Negão, apelido de Adimar, é acusado de ter atirado em Leitinho dos Santos Oliveira. Rival da família do maníaco de Luziânia, a vítima ficou 32 dias internado em hospitais baianos, mas sobreviveu.

[SAIBAMAIS]Segundo um dos irmãos do acusado, Negão já morava em Luziânia na época, mas estaria passando alguns dias em Serra Dourada. Adimar teria voltado para o Entorno do DF, um dia após o crime. Nenhuma das testemunhas ouvidas no inquérito indica certeza sobre a autoria do crime.

Passado confuso
Adimar teve uma única namorada ao longo dos 24 anos em que viveu na Bahia. Casou-se com ela, uma jovem que, segundo familiares dele, sofria de problemas mentais e, por isso, tomava medicamentos controlados. O casal teve dois filhos: um garoto hoje com 14 anos e uma menina de 18.

O mais novo era bebê quando Adimar mudou-se para Luziânia, em Goiás, onde já morava uma irmã. Na época, ele não vivia mais com a mãe dos dois filhos. Mandou-se da cidade porque a polícia o procurava por ter atirado em Leitinho.

Em Luziânia, Negão dava notícias de que trabalhava como pedreiro em vários lugares. Cinco anos após a mudança, soube que a ex-mulher morrera. Os familiares dele dizem que ela não resistiu aos distúrbios mentais. Acabou morrendo depois de ter sido medicada em um hospital. O pedreiro teve um segundo relacionamento com uma catadora de papel, no período em que trabalhava no Guará II. Fez nela um filho, hoje com 10 anos. O garoto mora com a mãe, mas a família de Adimar não tem notícias. Na Bahia, os dois primeiros filhos vivem atualmente com a avó materna.

Prisão
Em 2005, a prisão por abusar sexualmente de duas crianças surpreendeu parentes no oeste baiano. ;Ele me disse que um cara deu bebida pra ele, que se embebedou e não viu nada que fez;, conta a mãe do acusado, Rosa Amélia de Jesus Silva, 69 anos. Na cadeia, em 15 de setembro do ano passado, soube que o pai morrera, vítima de um infarto.

Criado na fé católica, Negão foi apresentado à Igreja Universal do Reino de Deus após sair da cadeia. Quem o incentivava a ir ao templo era a irmã com quem ele voltou a morar, em Luziânia. O esforço para que Adimar mudasse de vida depois de cumprir pouco mais de quatro anos de pena não deu resultado e o pedreiro protagonizou uma das maiores barbáries do município goiano.

Leia mais na edição impressa do Correio desta quinta-feira