Com o movimento, os antigos alunos esperam proporcionar aos estudantes de hoje a mesma alegria e a emoção vividas por eles durante os anos de estudo. O diretor da Caseb, Edimilson Rodrigues, destaca a importância do encontro. ;Faremos uma homenagem a quem fundou esta escola e a todos que passaram por aqui durante todos esses anos, quem teve a coragem de vir para cá e deixar tudo para trás.; Cosete Ramos Gebrim, 68 anos, ex-aluna e atual presidenta da associação, mostra-se apreensiva com a reação daqueles que não pisam no colégio há muito tempo. Desde a inauguração, em 16 de maio de 1960, os prédios não passaram por nenhuma reforma. ;Fico triste, porque a escola está muito feia;, desanima.
Toda a programação da festa foi elaborada pela associação em parceria com a atual direção da Caseb. ;O trabalho é fruto do amor pela escola, porque não temos dinheiro nem para pintá-la. Não podemos esperar mais 50 anos para agir; faremos uma festa menor, mas todos os eventos têm grande significado histórico;, garante Cosete. Entre as principais atrações, os ex-alunos destacam a dramatização do dia em que JK esteve no colégio. Um ator foi contratado para encenar a aula inaugural proferida pelo presidente. ;Queremos deixar marcados os 50 anos do Caseb para que essa geração de estudantes e professores sinta o mesmo orgulho;, diz Edward.
Bons tempos
Cosete Ramos Gebrim chegou a Brasília em fevereiro de 1960, aos 18 anos. Ela não esconde a saudade dos tempos de estudante. A mãe, que era professora, foi aprovada em um concurso nacional e fez parte do grupo das 69 profissionais selecionadas para lecionar no Caseb. Não faltam histórias daquele tempo, lembranças que até parecem mais vivas quando ela passeia pelos corredores e pelas salas de aula. ;Ajudei a terminar de construir a escola. Lembro-me do caminhão chegando aqui e da gente descarregando os móveis;, recorda. Cosete diverte-se ao lembrar do boato de que Brasília seria bombardeada pela Aeronáutica. A notícia espantou a todos. No mesmo dia, um temporal atingiu a cidade e sujou de lama as instalações da escola.
A presidenta da associação lembra também da falta de carteiras nas salas no primeiro dia de aula. Os móveis e os materiais de estudo chegavam aos poucos. ;Quem levou um banco conseguiu sentar, o resto ficou no chão mesmo.; Mas nada disso tirava o brilho da escola que acabava de nascer. ;Estudei e fiz uma prova de admissão para entrar no Caseb, porque não queria nenhum colégio particular;, relata Edward. Além da aula inaugural, o primeiro ano de funcionamento do centro de ensino fundamental foi encerrado com outra visita de JK. ;Ele foi nosso paraninfo e eu, a oradora da turma;, orgulha-se Cosete.
História
Em 1959, o governo local criou a Comissão de Administração do Sistema Educacional de Brasília Caseb), sob a direção do professor Armando Hildebrand, porque não havia uma proposta educacional em Brasília. À época da inauguração, o colégio atendia os alunos dos antigos ginásio, científico, clássico e normal. Quando o Centro de Ensino Médio Elefante Branco ficou pronto, o Caseb passou a oferecer as aulas apenas para os meninos e as meninas que cursavam o ensino fundamental.
Edward frequentou a escola de 1962 a 1965 e lembra-se até hoje dos tempos de estudante. Ele participava da banda marcial do colégio e do grupo de natação. O colégio também se tornou ponto de diversão e de paquera da meninada. ;Os meninos de outros colégios vinham aqui na porta se exibir para as meninas;, diverte-se. Cosete também reconhece a qualidade do ensino oferecido. ;Lembro-me dos clubes que frequentávamos à tarde. Só para se ter uma ideia, o clube de geografia nos levou a três excursões para conhecer o Brasil.;
1 - Memória viva
A Associação dos ex-alunos e ex-professores da Caseb foi criada em janeiro deste ano para elaborar o programa de comemorações dos 50 anos do Centro de Ensino Fundamental, localizado na 909 Sul. O grupo tem hoje oito membros na direção, que pretendem atrair os ;casebianos; de volta para a escola e manter viva a memória do lugar. Eles também têm o objetivo de recolher contribuições dos participantes do movimento para recuperar a escola e atender às demandas mais urgentes das edificações
"Lembro-me do caminhão chegando aqui e da gente descarregando os móveis"
Cosete Ramos Gebrim, ex-aluna
Cosete Ramos Gebrim, ex-aluna
Programação
17 de maio
8h ; Café da manhã comunitário
9h30 ; Exposição de painéis com fotos e a história do Centro de Ensino Fundamental Caseb
A partir das 10h ; Cerimônia de abertura das festividades
19 de maio
8h30 ; Encenação da visita do presidente Juscelino Kubistchek à escola
9h ; Inauguração do Palco JK
Durante toda a manhã, os visitantes poderão conferir uma exposição de carros antigos
12h ; Almoço comunitário
14h ; Competições esportivas no ginásio do colégio
21 de maio
8h ; Sessões de cinema no auditório
9h ; Atividades no pátio interno
10h30 ; Baile da Ciranda
22 de maio
21h30 ; Baile do Abraço, no Iate Clube de Brasília.