Jornal Correio Braziliense

Cidades

Comércio, bares e restaurantes se preparam para faturar com Copa do Mundo

Enquanto não chega a Copa de 2014, trazendo turistas e movimentação financeira às cidades brasileiras onde acontecerão os jogos, Brasília se prepara para o aquecimento econômico que o mundial deste ano, mesmo sediado na África do Sul, deve provocar. O comércio varejista e o setor de bares e restaurantes estão com seus planos em execução para incrementar as vendas no período. Camisetas e artigos típicos já estão nas lojas, enquanto os bares têm adquirindo televisores e preparando promoções para atrair os clientes. A Copa de 2010 vai de 11 de junho a 11 de julho. O comércio é o setor da economia que concentra a maior expectativa para o mundial. A movimentação em busca de roupas, bandeiras, bonés e outros artigos, oficiais ou apenas temáticos, tem início cerca de um mês antes do evento e as vendas são consideradas garantidas. As lojas de itens esportivos serão as grandes vedetes, mas espera-se que o segmento como um todo seja beneficiado. "As vendas vão crescer nas lojas especializadas, mas as outras também vão faturar mais porque circularão mais recursos", acredita Antônio Augusto de Moraes, presidente do Sindicato do Comércio Varejista do DF (Sindivarejista). Moraes projeta um lucro pelo menos 20% maior do que o angariado em períodos comuns nos meses de abril e maio para os estabelecimentos que comercializam produtos esportivos. No comércio como um todo, a entidade conta com um incremento de 4% a 5% no desempenho. As lojas de eletrônicos também devem ter ganhos maiores, em razão da busca por televisores, mas não há uma estimativa de crescimento específica para elas. Na Nike Store do Iguatemi Shopping, foram encomendadas cerca de 20 camisas oficiais há um mês. De acordo com o vendedor Leonardo Sabino, agora só restam oito ou 10. O preço é salgado, R$ 239. As versões femininas e as réplicas, cujo tecido não vem da reciclagem, saem mais em conta, por R$ 159,90. Quem não fizer questão de roupa oficial pode optar pelas temáticas, na faixa de R$ 90. O estabelecimento encomendou mais de 500 peças para o campeonato mundial, e, além das vestimentas, oferece chuteiras e bolas estilizadas. Decoração Na Feira dos Importados, que concentra centenas de pequenos comerciantes do DF, muitos já formalizados, a meta é atrair o máximo de consumidores possível nos meses que antecedem a Copa do Mundo deste ano. A Associação de Comerciantes da Feira (Afim) já decorou a área externa com bandeiras verdes e amarelas e pintou uma parte da construção com as mesmas cores. Também fechou um pacote para inserir propagandas na televisão nos horários de jogo em junho, convidando a população a comprar no local. Segundo Geraldo de Almeida Costa, diretor comercial da Afim, as bancas de roupas, itens esportivos e as de variedades - que podem lucrar com chapéus, cornetas, perucas e outros itens alusivos ao mundial - serão as mais beneficiadas. Os feirantes esperam elevar em até 30% o faturamento geral, em comparação com as vendas em épocas comuns. A banca de artigos esportivos da comerciante Andréia Nicácio, 35 anos, já tem camisetas, bermudas, bonés, canetas, cornetas e bandeiras do Brasil. "Encomendamos 250 unidades de tudo e ainda vai chegar mais", diz ela, informando que as bandeiras e as camisetas são os itens mais procurados. A alguns metros dali, a banca de artigos variados em que trabalha a vendedora Nadja Nara Castelo Branco, 41 anos, chama a atenção pela quantidade de produtos em verde e amarelo que ostenta: chapéus, bandeiras, cornetas e roupas enfeitam o balcão. Os chaveiros do Brasil já acabaram. "Vieram 15 e foi o que o pessoal mais gostou."