A equipe de defesa do governador cassado José Roberto Arruda (sem partido) está na expectativa pela reunião da Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça (STJ) na próxima quarta-feira. Na ocasião, os ministros devem apreciar o pedido de revogação da prisão de Arruda. A subprocuradora-geral da República Raquel Dodge, no entanto, já afirmou que pretende avaliar o conteúdo dos depoimentos que estão sendo prestados à Polícia Federal, antes de dar o parecer sobre a possível liberação.
Os interrogatórios fazem parte da primeira fase da apuração das denúncias do suposto esquema de corrupção no Distrito Federal e devem ser encerrados na terça-feira. Mesmo assim, o relatório final só será encaminhado ao STJ e ao Ministério Público Federal (MPF) na próxima quinta-feira, o que pode inviabilizar que o parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR) saia antes da reunião da Corte .
A expectativa era de que, com o fim dos depoimentos, Arruda fosse colocado em liberdade por não oferecer mais riscos para a colheita de provas do Inquérito n; 650. O cenário, no entanto, ficou incerto após o governador cassado, seguindo orientações de sua equipe de defesa, permanecer calado em seu depoimento. Arruda, até então, reclamava que não tinha apresentado sua versão dos fatos e que foi preso sem ser ouvido.
Detido há 51 dias, o ex-governador estaria ;tranquilo;, mesmo depois de passar os últimos feriados, carnaval e semana santa, na cadeia. A consideração foi feita pelo advogado de Arruda, Tiago Bouza. Ontem, o ex-governador recebeu a visita da mulher Flávia e do defensor. Além dos depoimentos, também deve ser encaminhado pela PF ao STJ, ainda na próxima semana, o resultado das perícias feitas nos 23 vídeos apresentados pelo ex-secretário de Relações Institucionais Durval Barbosa. As conclusões, no entanto, ainda são mantidas em sigilo.
Semana movimentada
Na Câmara Legislativa, os integrantes da CPI da Codeplan devem elaborar até o próximo dia 15 as perguntas que constarão nos formulários a serem enviados para as cerca de 100 pessoas citadas no Inquérito n; 650. A decisão de realizar os depoimentos por escrito foi tomada na última quarta-feira. Além disso, a comissão vai usar os depoimentos de Durval Barbosa à PF para embasar a investigação. Com isso, os citados pelo ex-secretário de Relações Institucionais serão convocados para depor.
Também na Câmara, se encerra nesta quarta-feira o prazo para se candidatar a governador do DF . O novo chefe do Executivo local vai ocupar o cargo até 31 de dezembro. Até agora, a candidatura mais forte é a do presidente licenciado da Casa, Wilson Lima, do PR.O PSC, partido de Joaquim Roriz, lançou como candidato o advogado e ex-presidente do Tribunal de Contas do DF Paulo César de Ávila e Silva. Outros partidos se mobilizam também para concorrer.