A cobrança de bandeira 2(1) para as corridas de táxi que tenham como origem ou destino o Aeroporto Internacional de Brasília Juscelino Kubitschek será oficializada. A Câmara Legislativa aprovou, na noite de ontem, o projeto de lei que atende à reivindicação dos taxistas da capital fderal. A tarifa mais alta era permitida com base na Portaria n; 3/2008, da Secretaria de Transporte, que foi suspensa por meio de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) proprosto pelo Ministério Publico do DF. A aprovação do projeto não altera o valor cobrado pelo quilômetro rodado ; R$ 2,28, que é o mesmo da partida ; desde 1995.
O subsecretário de Infraestrutura e Transporte Público da Secretaria de Transportes do DF, Dilvan Damata, explica que se o projeto não fosse votado até 3 de abril, a cobrança da bandeira 2 no aeroporto seria extinta. O texto aprovado pelos distritais segue agora para a sanção do governador em exercício, Wilson Lima. ;Ele ainda pode vetar, se quiser, mas isso seria muito difícil de acontecer. A bandeira 2 nos percursos de ida e vinda do aeroporto sempre existiu. Apenas regulamentamos o que estava sendo cobrado;, prevê Damata.
Para a categoria, não existe um ganho real, mas sim a segurança de cobrar o valor mais alto. O presidente do Sindicato dos Taxistas do DF (Sintaxi), Geocarlos Cassimiro de Araújo, lembrou que a luta para garantir a cobrança é antiga. ;Ela era assegurada pela Lei n; 2.469/99. Mas um outro projeto, aprovado por Arruda (ex-governador José Roberto Arruda), acabou com a cobrança. Reconquistamos o direito por portaria, mas o Ministério Público derrubou. Com a lei, é muito melhor;, afirmou.
Para a presidente do Sindicato dos Permissionários de Táxis e Motoristas Auxiliares do Distrito Federal (Sinpetaxi), Maria do Bonfim, a cobrança é importante. Segundo ela, a bandeira 2 é uma forma de compensar taxistas, que não teriam clientes para realizar o percurso de volta. ;O taxista que trabalha no Lago Norte, por exemplo, pega uma corrida para o aeroporto, mas retorna com o carro vazio. Ele fica sem compensação. É aí que entra a bandeira 2;, explicou.
Opiniões divididas
Se para os motoristas de taxi, a cobrança é positiva, para a população, nem tanto. O taxista Josué Estevam de Santana, 40 anos, comemorou a aprovação. Para ele, a nova lei coloca um ponto final na luta da categoria pelo direito. Ainda assim, Josué avalia que poderia ser diferente se o preço dos táxis fosse reajustado. ;O problema é que o preço da tarifa é defasado. Se houvesse aumento, poderíamos até rodar com bandeira 1. Assustaria menos os clientes e não criaria tanta polêmica;, ponderou.
Wellerson Alves, 37 anos, compartilha o entendimento de Josué. Locatário do veículo em que trabalha, Alves explicou que tem despesas a mais e precisa do benefício. ;Já pagamos o aluguel da permissão, para usar o carro. A bandeira 2 é uma boa ajuda na renda de casa. Trabalhamos de oito a dez horas por dia. Sem a tarifa, fica difícil;, disse.
A militar Virlane Portela discorda. Para ela, a cobrança feita no aeroporto é abusiva, e deveria ser retirada. Segundo Virlane, o fato de o aeroporto ser distante da cidade, já é um gasto a mais para quem precisa do serviço com frequência. ;Eu prefiro ligar para o radiotáxi. Eles concedem 30% de desconto. É uma forma de economizar. A bandeira 2 é cara para quem vem ao aeroporto com frequência;, reclamou.
Valores
O consumidor deve ficar atento aos preços. A cobrança das bandeiras é realizada por quilômetro.
O valor da bandeira 1 é de R$ 1,80. Já a bandeira 2 cobra R$ 2,28 por quilômetro rodado