Mais de 150 mil usuários tiveram dificuldades para embarcar no metrô na manhã desta terça-feira (23/3). Apenas seis dos 19 trens - 30% do efetivo - está em atividade e, com isso, o tempo de espera dos usuários chega a 50 minutos.
Passageiros que se cansaram de esperar e foram ao guichê para tentar pegar o dinheiro de volta conseguiram apenas receber um outro bilhete de viagem. Segundo informações da assessoria de comunicação do Metrô, a quantidade de passageiros que procurou o transporte no início do dia foi a normal, pois a maioria das pessoas não sabia que a greve seria retomada nesta manhã.
[SAIBAMAIS]Devido à superlotação dos trens, as estações da Praça do Relógio, Taguatinga Sul e Furnas fecharam os portões por 40 minutos para evitar acidentes. Em Furnas, a Polícia Militar foi chamada para acalmar a situação. A assessoria do Metrô informou que todas as estações já foram reabertas.
No início da manhã, o fluxo de veículos esteve intenso nas principais vias do DF, principalmente em Samambaia, Taguatinga, Ceilândia, Águas Claras, Guará e Asa Sul. Na tentativa de diminuir a espera dos passageiros, o GDF colocou 360 ônibus a mais nas ruas.
Reinvindicação
Os metroviários decidiram retomar a greve em assembleia na noite dessa segunda-feira (22/3). Eles rejeitaram a proposta do GDF, que sugeriu aumento progressivo de 6,5% em abril, acrescidos de outros 6,5% em setembro, R$ 592 de vale-alimentação, e gratificação de R$ 64 para os empregados de operação e manutenção. A categoria pede reajuste salarial de 60%.
Para o coordenador geral do Sindicato dos Metroviários do Distrito Federal (SindMetrÔ-DF), Solano Teodoro da Trindade, 30% do efetivo é suficiente para suportar a quantidade de passageiros. "No aniversário de Brasília, no ano-novo, mais de um milhão de pessoas usam o metrô. A dimensão é a mesma. Estamos cumprindo a lei;, afirma.
Trindade disse ainda que a paralisação é por tempo indeterminado. Às 20h, na Praça do Relógio, em Taguatinga Centro, haverá nova assembleia do SindMetrô para avaliar o movimento grevista.