Vocês abriram a primeira loja no Brasil no ano passado. Por que a marca levou tanto tempo para chegar a terras brasileiras?
A questão é que o nosso modo de investimento é diferente do de outras empresas de moda. Se reparar bem, temos lojas em mercados que não abrangem tão somente os mais tradicionais. Por exemplo, nos Estados Unidos, que são o berço do capitalismo contemporâneo, estamos abrindo a segunda loja apenas este ano. Abrimos outra antes em Nova York, mas a segunda só abrimos agora, depois de um espaço de anos. No Brasil, com o mercado aquecido e com um parceiro de confiança como é a MMR (empresa responsável pela operação da Missoni no Brasil), está sendo possível abrir uma segunda flagship num prazo recorde em relação a outros casos.
O que determinou a escolha de Brasília para abrir a loja? E desfilar aqui? O que esperam? É o primeiro desfile no Brasil?
Além de ser a capital brasileira, Brasília é hoje uma das cidades com o maior PIB per capita do País. Além desse consumidor, o fato é que Brasília também abriga eventos dos mais variados e temos total interesse em expandir a atuação da grife nas capitais.
Como vocês avaliam o perfil da consumidora brasileira? Com o que ela mais se identifica na grife Missoni?
Mulheres com o espírito jovem, bem-resolvidas e determinadas, se identificam muito bem com a marca. As cores e a alegria da Missoni são coisas que têm tudo a ver com o Brasil. Além da criatividade. Essas são marcas que, com certeza, criam um elo muito importante que deve fazer parte do sucesso da marca no País.
Vocês são muito conhecidos pela produção do tricô. No Brasil, há muitas artesãs que fazem esse trabalho de malharia também. Vocês conhecem? Em caso positivo, como avaliam a produção brasileira?
Ambos os trabalhos são artesanais e possuem seus atributos e respectivos valores. Porém, nossa mão de obra, assim como nosso produto finalizado, tem um conceito mais diverso, exclusivo e único, possuidor de sua própria identidade.
Vocês acreditam que o Brasil é um promissor mercado de consumo de luxo?
Logicamente, tanto que nós e outras marcas já estamos aqui.
Como vocês avaliam a moda que é feita no Brasil?
Com a globalização e a abertura de mercado, os estilistas brasileiros conseguiram difundir mais seus próprios conceitos e estilos. O Brasil é hoje um país em evidência e está criando sua própria tendência.
Hoje fala-se muito do fast fashion; É difícil se manter como uma grife de luxo num mundo que busca popularizar a moda e permitir que todos tenham acesso ao consumo de tendências?
Não, desde que você se atenha sempre ao conceito e identidade da marca.
Quais os fatores que norteiam vocês na hora de fazer uma coleção?
A Missoni, quando cria uma coleção, pensa primeiro na megatendência, na microtendencia, na tendência e cria um tema. A partir daí, cria a cartela de cores, posteriormente suas combinbações e, consequentemente, as modelagens.
A Missoni desenvolve produtos específicos para o Brasil, país de clima e hábitos diferentes da Europa?
Não, o Brasil recebe a mesma coleção que está nas vitrines do mundo todo e no mesmo período. É claro que a MMR Labels faz uma seleção mais com a cara do Brasil, uma vez que temos uma variedade que pode contemplar os diversos climas.[SAIBAMAIS]