Jornal Correio Braziliense

Cidades

MPDFT quer o afastamento de 26 políticos, entre deputados e suplentes

O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) ampliou a lista de políticos que deverão ser considerados suspeitos para tratar da autorização para abertura de processos contra o governador afastado, preso e, agora, cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) José Roberto Arruda (sem partido). Em ação civil pública protocolada na 7; Vara de Fazenda Pública do DF, cinco promotores de Justiça pedem que 10 deputados distritais e 16 suplentes sejam impedidos de participar da sessão em que será tratada a licença para instauração de ação penal contra Arruda no Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Além dos deputados Aylton Gomes (PRP), Benedito Domingos (PP), Benício Tavares (PMDB), Eurides Brito (PMDB), Rogério Ulysses (sem partido) e Rôney Nemer (PMDB), que estavam impedidos de participar da votação dos pedidos de impeachment, o Ministério Público pede a exclusão dos distritais Raimundo Ribeiro (PSDB), Batista das Cooperativas (PRP), Milton Barbosa (PSDB) e Jaqueline Roriz (PSDB) das sessões relacionadas à licença prévia para processar Arruda. Suplentes deverão ocupar o lugar, mas o MP listou substitutos que também considera suspeitos.

São 16 políticos, entre os quais Pedro do Ovo (PRP), que deverá assumir no lugar de Wilson Lima (PR), governador em exercício, e Geraldo Naves (sem partido), preso na Papuda, que ganhou o direito de assumir o mandato com a renúncia de Júnior Brunelli (PSC). Os novos nomes constam de listas de documentos apreendidos na casa do conselheiro Domingos Lamoglia, do Tribunal de Contas do DF, e na do ex-presidente da Câmara Legislativa Leonardo Prudente (sem partido).

Novo depoimento
Vários aparecem com iniciais e foram identificados em novo depoimento prestado por Durval Barbosa, colaborador da Operação Caixa de Pandora, ao MPDFT na última quinta-feira. Entre os suplentes considerados suspeitos estão: Mônica Nóbrega (DEM), Ricardo Noronha (DEM), Roberto Lucena (PMDB), Odilon Aires (PMDB), Aires Costa (PSC), Lunardi (DEM), Valter do P Sul (DEM), Antonio Alves (DEM), Marcelo Toledo (PSL), Adélia Frejat (DEM), Pastora Keila (DEM), Francisco Crizanto (DEM) e Eliovaldo José Ferreira (DEM).

O STJ pediu autorização da Câmara para instaurar duas ações contra Arruda. Em uma, o governador é acusado de falsificar recibos para justificar o recebimento de dinheiro das mãos de Durval. Na outra, a Procuradoria-Geral da República acusa Arruda de tentar subornar o jornalista Edson Sombra, considerado testemunha-chave nas investigações da Caixa de Pandora. De acordo com a Lei Orgânica do DF, o STJ depende da aprovação de dois terços dos distritais para iniciar processo penal contra o governador.

Jaqueline Roriz (PMN) e Milton Barbosa (PSDB) sustentam que seus nomes aparecem numa lista na qual são discutidos cargos para indicações na estrutura da Câmara Legislativa. O documento foi apreendido na casa de Prudente e teria sido elaborado, segundo Barbosa, pelo ex-secretário-geral da Mesa Diretora da Câmara Gustavo Marques. A jornalista Mônica Nóbrega afirma que nunca recebeu nenhuma benesse ou dinheiro do governo Arruda. Batista das Cooperativas (PRP) disse que faria um pronunciamento sobre o caso apenas hoje. Os demais não foram encontrados pelo Correio.