O governador em exercício do Distrito Federal, Wilson Lima (PR), pediu e será recebido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A audiência, no entanto, ficará para depois da visita do presidente à Jordânia, a Israel e a Palestina, na semana que vem. No período em que Lula estiver fora do país, a Controladoria-Geral da União (CGU) aproveitará para acelerar as auditorias em curso em 15 repartições do governo local, a fim de municiar o presidente para o encontro com o governador. Um ponto a área econômica do governo já decidiu: Lula será aconselhado a negar qualquer ajuda extra ao GDF.
O Ministério do Planejamento, comandado pelo ministro Paulo Bernardo, já disse não a diversos pedidos de reforço de caixa por outros governadores, inclusive petistas. E agora, o governo federal dirá a Lima que o tratamento será igual para todos, sem recursos extras. O Governo do Distrito Federal já recebe anualmente o Fundo Constitucional para custear as áreas de segurança pública, educação e saúde e outros R$ 2 bilhões para outros órgãos. Portanto, avaliam os técnicos, não há motivos para ampliar esses recursos.
A posição do governo é clara: as promessas de aumento que Wilson Lima fez a diversas categorias, como professores, policiais civis e militares, dentistas e outros, terão que se arcardas com os recursos existentes. Não adianta pressionar o governo federal, até porque, diante das irregularidades descobertas em maio do ano passado em obras públicas, a saída para obter recursos extras hoje no DF é reduzir os valores dos empreendimentos que por ventura estiverem com sobrepreço.
Hoje, mais de 90% dos auditores da controladoria estão empenhados em analisar os contratos do Governo do Distrito Federal com a União. A expectativa é a de que as primeiras radiografias a respeito dos gastos do GDF com recursos do governo federal estejam prontas em duas semanas ; o tempo que Lula deve levar para receber o governador em exercício.