Agora é com o plenário
Comissão Especial da Câmara Legislativa aprova a abertura do processo de impeachment do governador José Roberto Arruda, preso desde o dia 11. Distritais decidem na próxima terça-feira se os pedidos de afastamento serão aceitos
Mais dois secretários saem do governo Wilson Lima. O secretário de Segurança Pública, Valmir Lemos, vai deixar o cargo nos próximos dias. E o secretário de Cultura, Silvestre Gorgulho, já entregou sua carta de exoneração ao chefe interino do Executivo do Distrito Federal.
A decisão de Lemos, que teria sido tomada na semana passada, foi ratificada ontem, durante um encontro do governador em exercício, Wilson Lima, com o diretor-geral da Polícia Federal, Luiz Fernando Corrêa. Delegado federal, Lemos vai fazer um curso superior na Academia Nacional de Polícia (ANP), obrigatório para ascensão na carreira. Depois, ele deverá assumir um posto de comando na corporação. Lemos avisara sua intenção de sair ao então governador Paulo Octávio, que renunciou na última terça-feira. O secretário decidiu permanecer, mas por pouco tempo. Na quarta-feira, ele conversou com o ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto ; com quem já havia trabalhado. Barreto pediu que ele permanecesse.
No encontro de ontem com o diretor-geral da Polícia Federal, Wilson Lima também tentou manter seu secretário, ao pedir que Lemos continuasse cedido para o GDF. Corrêa alegou que, por estar no topo da carreira, o delegado federal deveria voltar à corporação para fazer o curso superior de polícia. A saída oficial de Lemos deve ocorrer no início da semana.
Na conversa, Corrêa avaliou com Wilson Lima que hoje a Secretaria de Segurança Pública e a Polícia Civil do Distrito Federal tinham quadros aptos a ocupar o cargo. Valmir Lemos entrou no governo de José Roberto Arruda em julho de 2008, quando substituiu o general Cândido Freire na Secretaria de Segurança Pública. Antes de ingressar na Polícia Federal, em 2000, foi policial civil no DF por 13 anos.
À vontade
Silvestre Gorgulho entregou ainda na última quinta-feira carta a Wilson Lima com o pedido de exoneração, com o intuito de deixar o governador em exercício ;à vontade para a recomposição do secretariado;. No texto, desejou sucesso ao interino no ;imenso desafio de conduzir os destinos da capital da República. Jornalista, Gorgulho ocupava o posto de secretário de Cultura desde que Arruda ; seu amigo próximo ; assumiu o governo, em 2007. Os desembarques na gestão interina do GDF ocorrem diariamente. Já saíram os secretários de Planejamento, Ricardo Penna; de Governo, Flávio Giussani; de Ordem Pública, Roberto Giffoni; e o diretor-geral do Na Hora, Luiz França.
Pedido de aumento
Um dia após o governador em exercício anunciar o aumento salarial para os professores da rede pública, outra categoria procurou Wilson Lima com o pires na mão. O sindicato da Polícia Civil do Distrito Federal (Sinpol) divulgou nota com o resultado da reunião entre o presidente do sindicato, Wellington Luiz, e chefe interino do Executivo. Em pauta: reajuste de até 30%.
Segundo o texto do sindicato, a proposta acertada seria a divisão dos percentuais de reajuste a ser paga em cinco parcelas: a primeira em setembro, a segunda em março do ano que vem, a terça em agosto de 2011 e a quarta e a quinta somente em 2012.
De acordo com o Sinpol, a Polícia Civil vai preparar os cálculos para que o GDF encaminhe a mensagem para a Casa Civil. De lá, será enviada para o Ministério do Planejamento. Caberá ao presidente da República encaminhar medida legal ao Congresso.
Também ontem, a Agência de Comunicação do GDF confirmou o índice do aumento na remuneração dos docentes: 10,4%. Segundo o órgão, o reajuste faz parte do acordo firmado em abril do ano passado entre o GDF e a categoria. Os professores já haviam recebido 5% de acréscimo nos contracheques. Com a decisão de hoje, o reajuste chega a 15, 4%.
Memória
Benefícios suspeitos
Pesam contra Prudente outras acusações, além daquelas flagradas em vídeos. Durval Barbosa afirma, em depoimento, que empresas pertencentes a Prudente são beneficiadas em contratos com o governo. Entre as firmas citadas, há a G6, criada por Prudente. Como o Correio mostrou em reportagem de 4 de dezembro de 2009, a empresa que hoje é administrada por amigos da família Prudente recebeu R$ 52,2 milhões entre 2007 e 2009 em contratos de vigilância com a Secretaria de Educação e o Detran. A 5 Estrelas, em presa dos filhos do agora ex-distrital, recebeu R$ 8,5 milhões em contratos do GDF em três anos.
Em reportagem de 6 de dezembro, o Correio revelou que Rafael Cavalcanti Prudente, filho de Leonardo, representa em Brasília a empresa Serquip, que mantém contrato emergencial com o Serviço de Limpeza Urbana para tratamento dos resíduos produzidos por hospitais e clínicas do DF. O contrato de R$ 330 mil já foi renovado duas vezes.