O presidente da Câmara Legislativa, Wilson Lima (PR), foi vítima de linchamento moral depois de ter confiado na disposição de Paulo Octávio em deixar o governo. O governador em exercício, como se viu, desistiu de renunciar ao governo e Lima foi obrigado a adiar os planos de gestão que detalhou ao Correio pouco antes de saber do revés do governador em exercício. ;Quando soube já era tarde, eu já tinha falado, fui bombardeado de críticas;, disse Wilson Lima à reportagem na noite de ontem.
A reação à atitude do presidente da Câmara Legislativa começou cedo. ;Os deputados me xingaram todinho logo cedo;, disse Lima. Raimundo Ribeiro (PSDB) e Paulo Tadeu (PT) foram alguns dos colegas que atacaram a conduta do chefe do Legislativo. ;Eles disseram que me precipitei, eu sei disso;, reconhece o distrital, que tinha como meta iniciar sua gestão chamando os parlamentares e os partidos políticos para discutir um governo de coalizão.
Mas as críticas não partiram apenas dos políticos. Vieram de amigos e até familiares. Wilson Lima conta que foi repreendido durante uma consulta ao dentista. E depois pela própria mulher que, apesar da declaração de fidelidade (ele disse ao Correio que é fiel à mulher há 31 anos), não gostou nada do restante da entrevista. ;Eu apanhei até da minha mulher;, lamentou Lima.
Diante da repercussão negativa, o presidente da Câmara optou por se recolher. Passou o dia na Câmara e evitou falar sobre perspectivas no Executivo. ;Eu agora só falo em cima de fatos;, disse. Depois de saber que não seria mais o governador do DF, Wilson Lima ficou furioso com Paulo Octávio. Ele foi um dos articuladores da resposta aplicada pelos distritais ao governador em exercício: a admissibilidade dos processos de impedimento contra o chefe do Executivo interino.