A bancada oposicionista na Câmara Legislativa do Distrito Federal informou, há pouco, que não vai participar da reunião de amanhã (20) entre o governador em exercício governador Paulo Octávio e os deputados distritais. Paulo Octávio convocou a reunião para discutir a crise na capital federal e tentar obter apoio para manter a governabilidade.
Os oposicionistas recusam-se a participar da discussão porque entendem que Paulo Octávio não tem condições de governar, por ser apontado como um dos envolvidos no suposto esquema de corrupção no Distrito Federal.
;A manutenção do vice-governador [Paulo Octávio] à frente do governo só vai perpetuar essa crise. Ele perdeu sustentação política;, disse o petista Paulo Tadeu. Segundo o deputado, a bancada petista vai cobrar a votação dos pedidos de impeachment de Paulo Octávio e também do governador licenciado José Roberto Arruda.
Além de Paulo Tadeu, não vão à reunião com Paulo Octávio os deputados distritais Cabo Patrício, Érika Kokay e Chico Leite, do PT, e Reguffe, do PDT.
O governador licenciado José Roberto Arruda está preso desde o último dia 11, na sede da Superintendência da Polícia Federal, em Brasília, acusado de tentativa de suborno de uma testemunha do suposto esquema de pagamento de propina a deputados distritais e aliados em troca de apoio ao governo. O suposto esquema seria chefiado pelo próprio Arruda.
NOTA OFICIAL
(Bancadas do PT e do PDT na Câmara Legislativa do DF)
Os Deputados Paulo Tadeu, Cabo Patrício, Chico Leite, Erika Kokay e Reguffe agradecem o convite do Governador em exercício Paulo Octavio, mas informam que não vão participar da reunião marcada para amanhã, sábado, 20 de fevereiro.
Os Deputados entendem que o papel mais importante da Câmara Legislativa, neste momento, é concluir os processos de impeachment do Governador e Vice-Governador e de quebra de decoro parlamentar de Deputados flagrados na operação Caixa de Pandora, bem como apurar os atos de corrupção praticados no âmbito do GDF, para que ocorra o quanto antes:
a) o reestabelecimento da normalidade institucional nos Poderes Executivo e Legislativo do Distrito Federal;
b) o afastamento de todos os envolvidos de seus cargos, com a consequente responsabilização prevista em lei;
c) a rescisão de todos os contratos com indícios de superfaturamento, com a declaração de inidoneidade das empresas para contratar com o Poder Público e a devolução de todo o dinheiro público recebido de forma indevida;
d) a conclusão das obras em andamento e a manutenção dos serviços essenciais na forma da lei, para evitar transtornos e prejuízos à população distrital.
Brasília-DF, 19 de fevereiro de 2010.