Independentemente de uma eventual renúncia do governador em exercício do Distrito Federal, Paulo Octávio, a Executiva Nacional do Democratas abrirá processo disciplinar contra ele, na terça-feira (23). A afirmação é do líder do DEM no Senado, José Agripino Maia (RN), que ontem esteve com Paulo Octávio para sugerir que ele renunciasse ao mandato.
Agripino Maia afirmou que a abertura de processo de cassação contra o governador em exercício ;é ponto pacífico; no partido. ;Não há como desvincular as ações do governador [José Roberto Arruda] do vice-governador;, justificou o líder do DEM.
O parlamentar disse ainda que a dissolução do diretório regional do partido no Distrito Federal é consenso entre os representantes da executiva. A intenção, acrescentou, é nomear filiados sem qualquer relação com o atual governo.
Para José Agripino, o Democratas sairá desse episódio ;como o único partido que, diante de denúncias, tomou providências;. Arruda é investigado pelo Ministério Público e a Polícia Federal por suposta participação num esquema de pagamento de propina a deputados distritais.
O democrata esquivou-se de qualquer comentário sobre uma eventual intervenção federal em Brasília, requerida pelo Ministério Público ao Supremo Tribunal Federal (STF). De acordo com ele, qualquer opinião que emita sobre esta possibilidade ;seria uma deselegância; com os ministros do STF por não terem, ainda, apreciado o pedido do Procurador-Geral da República, Roberto Gurgel.
Já o líder do PSB na Câmara, Rodrigo Rollemberg, que é do Distrito Federal, defende claramente a intervenção do governo federal. Para ele, com a contaminação das instituições, especialmente do governo da cidade e da Câmara Legislativa, ;só a intervenção seria capaz de permitir uma ampla investigação e moralização;.
Rollemberg lembrou que a base de apoio do governador licenciado, na Câmara Legislativa, só começou as investigações sobre o envolvimento de Arruda ou de parlamentares após o pedido de intervenção protocolado no STF. ;[A Câmara Legislativa] terá coragem para ir até o fim nas investigações ou fará acomodações?;, indagou o parlamentar.