Em reunião na manhã desta quinta-feira (18/2) com o governador em exercício no Distrito Federal, Paulo Octávio (DEM), o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, preferiu não dar opinião sobre a situação política do DF enquanto a justiça não decidir o rumo político da capital federal.
Segundo o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, que participou do encontro ; além dele, também esteve presente o ministro da Justiça, Luis Paulo Barreto ;, o governador teria reforçado os laços federais com o GDF e perguntado a opinião do presidente sobre o assunto. Lula no entanto preferiu não se manifestar. ;O governador Paulo Octávio não veio pedir apoio e o presidente deixou claro que não cabe a ele apoiar uma decisão ou outra;.
Durante o encontro, de cerca de 20 minutos, o presidente teria reforçado, ainda, a intenção da Controladoria Geral da União em fazer auditorias em todos os repasses do governo federal para o DF ; isso inclui tanto os convênios, como os repasses do fundo constitucional. É provável que esse levantamento seja feito a partir do início do governo Arruda. O ministro Padilha afirmou, também, que o presidente destacou a importância de que as obras não parem, independentemente da decisão da justiça sobre o futuro político do DF.
Paulo Octávio chegou a comentar com o presidente que, uma das alternativas para a situação do governo local, seria pedir a renuncia. No entanto, Lula afirmou que essa decisão é de foro intimo. O governador em exercício afirmou, ainda, que pretende persistir no cargo enquanto ;me sentir útil como um fator positivo na superação dos inúmero obstáculos;.
Durante o encontro com o presidente, Paulo Octávio entregou uma carta a Lula em que afirma ter o papel de facilitador na atual situação politica do DF e que pretende ;servir como uma ponte para a retomada dos padrões mínimos de funcionamento e de gestão da cidade;.
Veja trecho da carta:
;Qualquer solução, senhor presidente, que ajude a superação da crise, terá todo o meu apoio incondicional, antes de tudo como cidadão de Brasília. Não tenho ambições de qualquer natureza que não sejam aquelas ligadas à restaurar a normalidade e a governabilidade;.
Crise em pauta
Antes do encontro do P.O., não prevista na agenda oficial do presidente, Lula teve uma reunião para discutir questões técnicas da linha sucessória do DF, além de prazos da Justiça e possíveis cenários. Estavam presentes o ministro da Defesa, Nelson Jobim, o ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente da Comissão de Ética Pública da Presidência da República, Sepulveda Pertence, o adgovado geral da União, Luis Inácio Adams, o ministro da Justiça, Paulo Barreto, e o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha. O ministro de Relações Institucionais reforçou que não foi discutido um nome a ser escolhido pelo presidente em caso de intervenção federal.