Após cerca de 40 minutos de visita, o secretário de Transporte do Distrito Federal, Alberto Fraga, deixou a Superintendência Regional da Polícia Federal no DF, onde está detido o governador afastado do DF, José Roberto Arruda (sem partido). Fraga afirmou que Arruda está abatido e incomodado com a situação. O secretário disse não conhecer nenhum caso em que um acusado tenha sido preso sem antes ser ouvido.
Quando o secretário chegou à PF, Arruda estava dormindo. Ele está detido em uma sala reservada na Superintendência da PF, com sofá, banheiro privativo e TV. Um policial acompanha o governador afastado.
Fraga afirmou que a visita a Arruda teria sido para conversar sobre uma reunião que os deputados distritais tiveram na manhã desta sexta-feira (12/1). Os dois não conversaram sobre uma eventual renúncia ao cargo. ;Para que renunciar, se ele já está preso?;, disse Fraga.
O secretário criticou o pedido de intervenção federal no governo do DF. Para ele, a medida agrada somente ao procurador-geral da República, Roberto Gurgel, que fez o pedido ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Fraga diz que espera que o procurador tenha argumentos para defender o pedido que, segundo ele, não tem respaldo jurídico. ;Os culpados merecem punição, mas intervenção federal é um retrocesso para o DF;, disse. Fraga teme que surjam medidas mais drásticas, como o fechamento da Câmara Legislativa do DF, e afirmou que ;Brasília não é a Venezuela;, referindo-se ao regime ditatorial do país.
Ele também criticou o pedido da executiva nacional do Democratas, para que todos os filiados deixem seus cargos políticos no governo do DF. Para ele, ainda é preciso análise do partido sobre a questão. ;O Paulo Octávio é do DEM e não pode perder o cargo, porque assumiu o governo;, concluiu.
Com informações de Juliana Boechat