O setor de Ortopedia do Hospital Regional da Ceilândia (HRC) passou por mal momento nesta sexta-feira (5/2). Com apenas dois médicos, dividindo a mesma sala, o atendimento ficou lento. Senhas de diferentes cores foram entregues aos pacientes, que aguardavam em filas de espera.
A secretária Márcia Rodrigues Pereira precisou de atendimento e, com a falta de algodão ortopédico, teve o atendimento suspenso. Com dor no pescoço por conta de um torcicolo, Márcia saiu para comprar o produto. "Para fazer meu colar cervical, tive que ir a uma farmácia especialiada no Plano Piloto comprar 15 pacotes de algodão. Foi duro ter que fazer isso com o pescoço inchado, imagine as pessoas que não tem dinheiro para isso. Tem gente esperando atendimento desde as 7h, inclusive alguns com lesões graves. Fico indignada em ver que pagamos impostos para não sermos atendidos", desabafou a secretária.
A chefia de equipe da ortopedia preferiu não se manifestar, por conta de uma recomendação oficial do secretário de saúde, Joaquim Barros de Neto. Entretanto, a própria secretaria, além de alguns funcionários do HRC, admitiram o problema.
Segundo a assessoria de imprensa da Secretaria de Saúde, a empresa responsável pelo material vai fazer uma entrega emergencial na segunda-feira (8/2). Sobre o baixo número de médicos, a assessoria disse que haverá contratação de mais profissionais em março, mas defende que o maior problema está nos aprovados em concursos que não assumem a vaga, deixando os hospitais públicos trabalhando com capacidade mínima.