O deputado Geraldo Naves (DEM-DF) confirmou nesta sexta-feira (5/2) que o bilhete entregue ao jornalista Edson Sombra foi, de fato, escrito pelo governador José Roberto Arruda (sem partido). No entanto, ele negou que faça parte de uma tentativa de suborno.
O bilhete foi apresentado por Sombra à Polícia Federal (PF) para comprovar a pressão sofrida para alterar seu depoimento sobre o suposto esquema de distribuição de propina no governo do Distrito Federal e na Câmara Legislativa.
Segundo Naves, que admitiu a entrega do bilhete em nome do governador em dezembro de 2009, o recado de Arruda tinha o objetivo de tranquilizar o jornalista. Sombra temia uma queda no número de anúncios publicitários e de verba de patrocínio em seu jornal depois do escândalo denunciado pelo ex-secretário de Relações Institucionais Durval Barbosa, seu amigo.
O receio de Sombra foi levado ao governador que escreveu o bilhete e o entregou a Naves que hoje ocupa o cargo de presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara Legislativa do Distrito Federal.
;O bilhete é verdadeiro, mas não se trata de suborno. Depois da crise, Sombra teve medo de perder patrocínio. Nunca recebi proposta para subornar alguém;, disse Naves.
No flagrante montado com a PF, Sombra recebeu R$ 200 mil de Antonio Bento, integrante do Conselho Fiscal do Metrô desde 2007 e seu funcionário em um jornal de Brasília. Bento foi preso e levado para a Superintendência da Polícia Federal onde passou a noite. Hoje (5), foi transferido para o Complexo Penitenciário da Papuda. Sombra prestou depoimento e foi liberado.