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Secretário de Segurança Pública de Goiás garante força-tarefa para solucionar desaparecimentos em Luziânia

Em reunião realizada nesta terça-feira (26/1) o secretário de segurança pública do estado de Goiás, Ernesto Roller, disse a familiares dos seis adolescentes desaparecidos em Luziânia - município distante 66 km de Brasília - que será criada uma força-tarefa para investigar os desaparecimentos. Segundo o secretário, seis delegados serão remanejados de outras delegacias e cada um será responsável pelo caso de um adolescente.

Além disso, eles poderão contar com o serviço de inteligência da Polícia Civil de Goiás. Roller também afirmou que serão compradas dez viaturas para o Parque Estrela Dalva e a Polícia Militar terá um reforço de 20 homens. Uma verba de R$ 50 mil foi prometida para pagar as horas-extra dos policiais da força-tarefa. Cerca de 50 pessoas, entre familiares e amigos das vítimas, participaram da reunião, em Goiânia.

A polícia de Luziânia ainda não divulou o retrato falado de nenhum suspeito pelo desaparecimento dos adolescentes. Procurado, o delegado-chefe da 1; Delegacia Distrital de Polícia de Luziânia, Rosivaldo Linhares, que investiga os casos, apenas informou que não será divulgado nenhum retrato de suspeitos nesta terça-feira.

Ajuda do DF

Em Luziânia, o delegado regional da cidade, José Luiz de Araújo, se reuniu com delegado-chefe da 1; Delegacia Distrital de Polícia de Luziânia, Rosivaldo Linhares e o 1; vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias, deputado Pedro Wilson (PT-GO) para levantar dados sobre os seis desaparecimentos. Segundo Wilson, na próxima semana a Câmara volta a funcionar e deverá acompanhar as investigações. "Queremos o máximo de esforço para solucionar esses casos. E por isso estamos vendo se a polícia do DF ajuda nas investigações, assim como o Ministério Público e a Polícia Federal", disse.

Sem grades
O sumiço dos seis garotos em horários parecidos, entre as 14h e as 18h, tem deixado pais do Parque Estrela Dalva mais tensos e cautelosos. A simplicidade das casas ; sem grades ou equipamentos de segurança ; demostra a tranquilidade e a vida pacata do lugar, cuja população é de baixa renda, mas não está entre as mais pobres do município goiano.

No entanto, desde 30 de dezembro, quando Diego Alves Rodrigues, 13 anos, desapareceu, o medo se espalhou no setor habitacional. Diego saiu de casa, no Parque Estrela Dalva 4, para ir a uma oficina de carros no mesmo bairro. Ele nunca mais foi visto. Depois dele, sumiram Paulo Victor Vieira de Azevedo Lima, 16 anos; George Rabelo dos Santos, 17; Flávio Augusto Fernandes dos Santos, 14; Divino Luiz Lopes da Silva, 16 e Márcio Luiz de Souza Lopes, 19 anos. Nenhum deles se conhecia nem era considerado rebelde pelos familiares.

Com informações de Ary Filgueira e Naira Trindade