Jornal Correio Braziliense

Cidades

Escolas de samba do DF correm para ficar prontas após atraso na verba

Depois de a Liga da União das Escolas de Samba e Blocos de Enredo do Distrito Federal (Uniesbe) ter anunciado o cancelamento o desfile por causa do atraso da verba fornecida pela Brasiliatur, os trabalhos começaram somente em 15 de janeiro, quando R$ 1,5 milhão foi liberado.

Começou, então, a corrida para deixar tudo pronto para o desfile no Ceilambódromo. ;Em 2004 e no ano passado mesmo tivemos que nos virar em 27 dias. No final, acabamos fazendo um belo desfile, a comunidade adorou", conta Moacyr de Oliveira, o presidente da Aruc que chega este ano com o tema ;Brasília Mística e os Mistérios da Capital dos Sonhos;.

O dirigente reclama que o pouco prazo atrapalha a qualidade do evento. " Está longe do ideal. Se tivéssemos recebido a verba com maior antecedência, faríamos um carnaval ainda melhor;, explicou Moacyr de Oliveira, o presidente da Aruc que chega este ano com o tema ;Brasília Mística e os Mistérios da Capital dos Sonhos;.

Comparando com o desfile no Rio de Janeiro, o mais famoso do país, 30 dias soam como um tempo inviável para aprontar todas as alegorias e adereços. A Beija-Flor, por exemplo, que vai falar dos 50 anos de Brasília na Sapucaí, já tinha tudo pronto pros ensaios técnicos em meados de dezembro.

No entanto, a experiência das escolas candangas com o atraso fez com que se adaptassem aos atrasos na liberação de verbas. O discurso na Mocidade do Gama caminha no mesmo sentido. Mas a possibilidade de um maior planejmanto traria outro benefício além da beleza do desfile: os empregos a mais.

;Se o dinheiro chegasse antes, poderíamos comprar os materiais num preço menor, e aí poderíamos contratar mais gente. Mas conseguimos nos ajustar e estaremos prontos para o desfile;, comenta Paulo Roberto Silva, diretor de Carnaval da escola.

Nem 50 anos de Brasília ajudam o desfile

Os dirigentes das escolas brasilienses tinham esperança de que houvesse um entrosamento maior com a Beija-Flor de Nilópolis, que recebeu ajuda do GDF de R$ 3 milhões para comemorar os 50 anos de Brasília. Mas os cariocas vieram apenas para decidir o enredo e não voltaram.

;Não nos importamos com a ajuda maior do GDF à Beija-Flor. Inclusive, nós apoiamos o desfile deles. O Carnaval é uma mídia poderosa, e a divulgação sobre Brasília poderia ajudar a folia da capital. Sem contar que esperávamos uma isonomia no que diz respeito a antecipação do planejamento, como acontece no Rio. Mas isso não aconteceu, e também não pudemos realizar nenhum intercâmbio benéfico com eles;, desabafa Moacyr de Oliveira.

Uma presença maior do público no desfile também seria um efeito natural de uma comemoração do porte dos 50 anos. Entretanto, a distância do Plano Piloto, centro da cidade, para os dirigentes, atrapalha. Quanto a isso, Geomar Leite, promete mudanças, mas não despreza o fervor do povo ceilandense.

;Nos foi prometido um novo Sambódromo para 2011. Basta que a pedra fundamental seja erguida tão logo acabe o Carnaval 2010 para isso se tornar possível;, acredita. ;Mas por ora, a Ceilândia é nossa sede e isso não se discute. Até hoje recebemos no Ceilambódromo um público fantástico que é tão bom como seria no Plano Piloto;, valoriza.