O ex-chefe da Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA) Waldecy Camêlo foi indiciado por homicídio qualificado contra um adolescente de 17 anos e tentativa de assassinato contra outras três pessoas. Além disso, a polícia pediu a prisão temporária do ex-delegado por 30 dias. Fontes ouvidas pelo Correio afirmaram que o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) tinha dado parecer favorável ao encaminhado feito pelo chefe da 18; Delegacia de Polícia (Brazlândia), Pedro Luis de Moraes, que investiga o caso. Mas, até o fechamento desta edição, o Tribunal do Júri de Brazlândia não havia decidido se concederia o mandado. Waldecy agiu motivado pelo desejo de vingar a morte do filho de 24 anos, ocorrida no último domingo, em Taguatinga.
A participação de Waldecy na morte de um adolescente e na lesão de outro menor, que recebeu cinco tiros no tórax, ficou comprovada, segundo Pedro Luis, com o depoimento de uma testemunha que afirmou estar com o policial no momento em que ele matou a vítima e feriu o amigo dela, de 16 anos. Segundo o jovem, que não pode ser identificado, o ex-policial participou dos dois ataques ocorrido na tarde de quarta-feira, ambos em Brazlândia. ;Ele pegou dois menores em Taguatinga e levou para o Rio do Sol, situado à margem da DF-180. Matou um e feriu o outro. Depois, voltou a Taguatinga e pegou outro menor e Romero Pereira Gregório, 30 anos. Dessa vez, ele os levou para outro matagal, perto da DF-001. Mas os dois conseguiram fugir. A testemunha o acompanhou nas duas ações, mas afirma que não participou do crime;, explicou Pedro Luis.
Internado
O menor de 16 anos está internado no Hospital de Base do DF. Ele só conseguiu fugir porque fingiu estar morto no momento em que tomou os tiros. Mais sorte teve Romero. Um dia depois de fugir do atentado em Brazlândia, ele cruzou novamente com Waldecy, na saída de shopping, em Taguatinga. E só escapou das garras do ex-policial porque uma patrulha da Polícia Militar viu o momento em que Waldecy o empurrava para dentro do seu carro e impediu a ação, encaminhando o caso para a delegacia da região. ;A partir do momento em que ele foi para o lado de lá (do crime), é bandido;, sentenciou o delegado Pedro Luis.
Waldecy teve o filho, Wesley Oliveira Camêlo, morto com cinco tiros. O autor seria um adolescente de 17 anos que faz parte da gangue Legião Unidos pela Arte (LUA). O autor, segundo a polícia, é comparsa dos demais moradores da QS 5 de Águas Claras, no Pistão Sul. O delegado mora na 404 Norte e pode ser preso a qualquer momento. Se condenado, Waldecy pode pegar até 30 anos de prisão somente pelo assassinato. A pena deve ser aumentada devido às três tentativas de homicídio.