A Polícia Federal vai entregar hoje ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) o primeiro relatório da Operação Caixa de Pandora, realizada em 27 de novembro, que apurou denúncias de corrupção no Governo do Distrito Federal e na Câmara Legislativa. No documento, a PF relata os resultados das buscas e apreensões ocorridas durante a ação policial e poderá sugerir novos rumos para a investigação, que alcança parlamentares, secretários de Estado e assessores do GDF. Uma das medidas que o STJ deverá adotar será a quebra de sigilo bancário e fiscal dos principais envolvidos.
[SAIBAMAIS]O relatório, preparado pelo delegado Alfredo Junqueira, responsável pela investigação, é um complemento de um primeiro documento elaborado antes das 29 buscas feitas pela PF no fim do mês passado, na residência e nos locais de trabalho dos principais suspeitos.
Além dos resultados do trabalho e do material coletado, Junqueira pode sugerir ao ministro do STJ que preside o inquérito judicial, Fernando Gonçalves, novas diligências e a convocação de testemunhas. A PF também vai relatar que as cédulas apreendidas na operação não fazem parte do dinheiro que estava sob monitoramento. Esses recursos estavam com Durval Barbosa, ex-secretário de Relações Institucionais do GDF, e seriam entregues a políticos como pagamento de propina. As notas foram marcadas com uma tinta invisível.
A PF pretende refazer o caminho dos R$ 700 mil recolhidos durante a operação, já que há a suspeita de que o dinheiro era de uma mesma fonte. Em dois lugares onde foram feitas buscas a Polícia Federal encontrou cédulas com números de séries sequenciadas. Os investigadores vão checar com o Banco Central para quais instituições financeiras os recursos seguiram e depois em que contas foram depositados. A PF também vai analisar possíveis impressões digitais nas cédulas.