Em sessão administrativa realizada nesta sexta- feira (11/12) o Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF) decidiu pelo afastamento do Conselheiro Domingos Lamoglia, até que a sua suposta participação no esquema de corrupção apontado na Operação Caixa de Pandora da Polícia Federal seja apurado.
Lamoglia é citado em vários trechos do inquérito da Polícia Federal como uma das pessoas de confiança do governador José Roberto Arruda (DEM), a quem era designada a missão ; segundo depoimento do ex-secretário de Relações Institucionais, Durval Barbosa ; de transportar o dinheiro de origem duvidosa. Em um vídeo anexado ao inquérito aberto pelo STJ e que veio a público, Lamoglia aparece ao lado do assessor de imprensa do governo Omézio Pontes recebendo dinheiro entregue por Durval. Juntos, os dois guardam os maços dentro de uma pasta preta.
Negociações
Ex-chefe de gabinete de Arruda, Lamoglia ingressou no Tribunal há dois meses depois de vencer um longo processo de negociação política. Lamoglia disputava a indicação para a Corte com a distrital Eliana Pedrosa. O embate dividiu a Câmara Legislativa, que queria enviar para o TCDF um colega com trânsito no Legislativo. Mas Arruda acabou convencendo a base aliada a votar a favor de um de seus principais assessores no Executivo.
Antes de ser aprovado no Tribunal de Contas, Lamoglia passou por uma sabatina nas Comissões de Constituição e Justiça (CCJ) e de Economia e Finanças da Câmara Legislativa. Foi aprovado e sua indicação votada em plenário, com a confirmação por unanimidade dos distritais presentes à sessão na época. Um dos pré-requisitos para a posse como conselheiro é uma investigação pregressa sobre a vida do indicado. Ele precisa ter reputação ilibada para assumir a função.
O cargo de conselheiro do Tribunal de Contas do DF é vitalício e o salário de cada um dos sete integrantes da Corte é de R$ 22,5 mil.