Uma aluna de 15 anos que se manifestava junto com colegas contra o governador Arruda -- durante a inauguração das obras do Centro de Ensino Médio Integrado (Cemi) do Gama, na tarde de quinta-feira (10/12) -- foi agredida por uma suposta funcionária da administração regional que estava no local.
Segundo o pai da adolescente, José Carlos, a menina tinha colado na roupa adesivos "Fora Arruda", quando a funcionária a recriminou mandando que ela "calasse a boca". A menina respondeu e a funcionária agrediu a adolescente com empurrões, puxões de cabelo e tapas.
De acordo com o pai da adolescente, a agressão foi presenciada por várias pessoas, inclusive por Policiais Militares que faziam a segurança da cerimônia, mas que não não tomaram qualquer atitude para separar a briga. José Carlos conta que ao ficar sabendo do que havia ocorrido com a filha foi à escola para ver como ela estava. Mas ao chegar no local, foi impedido de entrar pela PM. "Eu disse que queria ir ver como estava minha filha, mas eles falaram que o lugar estava muito tumultuado e que não deixariam", explica.
Nesse momento, uma professora do centro de ensino tentou garantir a entrada do pai da menina agredida. Ela lembrou que a escola era pública e que o senhor era pai de aluna e por isso tinha o direito. De acordo com José Carlos, um tenente-coronel da PM teria agredido a professora, batendo em seu braço com um cassetete. Ainda de acordo com o pai, a docente estaria grávida e quase teria levado um choque, pois o PM acionou um aparelho do qual também dispunha.
O diretor do Sindicato dos Professores (Sinpro DF), Cléber Soares, diz ter ficado surpreso com a atuação da PM, que diante da confusão nada fez. "Eles falaram para os estudantes não fazerem nada, que não era para ter confusão. Além disso, a agressora ficou até o fim da cerimônia fazendo chacota da garota", relata.
Diante desses fatos o Sinpro ouviu o pai da menina, a adolescente e a professora sobre o ocorrido. O sindicato relatou o fato à Secretaria de Educação e a Diretoria da Regional de Ensino do Gama, que se comprometeram a identificar os agressores. O Sinpro entrou com representação para reparo da professora e da aluna no Conselho Tutelar e no Ministério Público. Além disso, enviaram correspondência para o comando geral da PM, para a Secretaria de Educação e Administração Regional do Gama.