A Polícia Federal vai sugerir ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), a quebra dos sigilos bancário e fiscal de alguns dos envolvidos no suposto esquema de propina no Governo do Distrito Federal para averiguar as movimentações financeiras dos suspeitos e compará-las com os impostos declarados nos últimos anos. A medida deverá ser uma das sugestões que a PF vai colocar no relatório que será enviado na segunda-feira ao ministro do STJ, Fernando Gonçalves, responsável pelo inquérito judicial que resultou na Operação Caixa de Pandora, de 27 de novembro. Na ação, os policiais cumpriram 29 mandados de busca e apreensão, recolhendo R$ 700 mil. Em dois endereços vistoriados, havia cédulas com número de série sequenciado.
No relatório, a PF vai indicar ao ministro os caminhos que a investigação pode seguir, além de encaminhar a relação do material apreendido no último dia 27, detalhando os documentos que já passaram por exames no Instituto Nacional de Criminalística (INC). Até agora, o que os investigados sabem é que Durval Barbosa, ex-secretário de Relações Institucionais do GDF, foi o único distribuidor do dinheiro entre os citados.
Rastreamento
Os R$ 700 mil apreendidos na operação foram encaminhados ao INC para novos exames, já que passaram por uma avaliação preliminar de analistas da área de inteligência da PF, que encontraram cédulas com números de séries em sequência. A PF deverá sugerir ao ministro um rastreamento para saber a origem dos recursos e todo o percurso feito até chegar aos dois locais onde foram encontrados.
A Polícia Federal ainda não conseguiu localizar R$ 480 mil também entregues por Durval a várias pessoas, durante a fase de monitoramento, quando o ex-secretário atuava como colaborador dos investigadores. O dinheiro tinha marcas de tinta invisível, mas não fazia parte do lote apreendido durante a ação policial. A localização dos notas não foi possível, segundo os policiais, por causa da abertura do sigilo do inquérito determinado pelo STJ logo que a Operação Caixa de Pandora foi desencadeada.