O presidente da Câmara, deputado Michel Temer (PMDB-SP), usou hoje (8) a tribuna da Casa para se defender das acusações de seu suposto envolvimento em um esquema de pagamento de propinas a deputados distritais, onde teria sido beneficiado com recursos não declarados à Justiça Eleitoral. O esquema de propinas foi investigado pela Operação Caixa de Pandora, da Polícia Federal.
Temer, que presidia os trabalhos, afirmou que se mantém firme no cargo de presidente da Casa para cumprir o seu dever, e que as acusações feitas contra ele são mentirosas e levianas.
;Ao longo de mais de 30 anos de vida pública, entremeada com a vida universitária e a vida profissional, jamais fui vítima de tamanha vilania, de tamanha infâmia. Eu tive oportunidade de revelar toda a minha indignação. Mas não fiquei na indignação. Tomei, como tomou o líder Henrique Eduardo Alves, gestos concretos. Nós fomos ao Judiciário;, afirmou Temer aos deputados no plenário.
O parlamentar também afirmou que estava em dúvida se faria a comunicação aos seus colegas de Parlamento, mas entendeu que era necessário dar satisfação aos deputados. E acrescentou: ;No dia em que eu não tiver condições morais íntimas ; não é condição moral decretada por vilões ou por pessoas sem qualificação ; eu jamais deslustrarei o Poder Legislativo brasileiro. Eu continuo nesta cadeira firme, tranquilo e absolutamente sereno, com a convicção de que cumpro o meu dever;.
O líder do PMDB, Henrique Eduardo Alves (RN), disse da tribuna da Câmara que foi surpreendido por uma ;denúncia torpe, absurda, bandida, criminosa e difamação;. Ele revelou que entrará, amanhã (9), com uma ação na Justiça Civil por danos morais e que já ingressou na Justiça com uma ação de queixa-crime por calúnia e difamação contra o empresário Alcyr Collaço, que citou o seu nome e de outros peemedebistas como sendo beneficiários do esquema de propinas do DF.