Jornal Correio Braziliense

Cidades

Alvo de denúncias, presidente do PPS do Distrito Federal pede licença do cargo

Acusado de cobrar propina de pelo menos uma empresa contratada pela Secretaria de Saúde do Distrito Federal, o ex-secretário adjunto de Saúde do Distrito Federal, Fernando Antunes, pediu licenca da presidência do diretório do Partido Popular Socialista (PPS) no Distrito Federal. A decisão vale também para outros cargos que Antunes ocupa nas instâncias regionais e nacionais da legenda.

Em carta entregue esta tarde ao diretório regional do partido, Antunes afirma que as acusações feitas contra ele são mentirosas e serão alvos de medidas judiciais.

Conforme a Agência Brasil noticiou hoje (7), Antunes é acusado, juntamente com o ex-secretário de Saúde e deputado federal Augusto Carvalho (PPS), de cobrar propina da empresa Uni Repro Soluções Tecnológicas, detentora de um contrato de prestação de serviços que em apenas dois anos elevou os gastos da secretaria com serviços gráficos de R$ 235 mil (2006) para mais de R$ 14,8 milhões (2008).

Servidor da Controladoria-Geral da União (CGU), cedido ao GDF, membro fundador da organização não governamental Transparência Brasil e presidente licenciado da União Nacional dos Analistas e Técnicos de Finanças e Controle (Unacon), Antunes ja foi condenado pelo Tribunal de Justica do Distrito Federal a ressarcir R$ 200 mil ao condomínio em que foi síndico por quatro anos.

A integra da carta de Antunes:

"Ao Diretório Regional do PPS-DF

Há dias a população do Distrito Federal tomou conhecimento de gravações de imagens e diálogos, nas quais há movimentação de dinheiro envolvendo empresas e autoridades do governo local. Lamentavelmente, entre as alegações, nomes do PPS são citados. Essa situação teve ampla repercussão no noticiário nacional.

Coerente com nossas posições em situações análogas, quando em outros momentos acusações atingiram aliados de outros partidos em governos que fazíamos parte, é necessário deixar claro para as pessoas filiadas ao PPS e também para a sociedade brasileira que nosso discurso é sustentado com nossas ações. Assim, faz-se necessário tratar de modo distinto o Partido e seus membros/dirigentes.

O PPS com sua história, tradição, ideologia, documentos constitutivos e suas posições políticas está acima dessas alegações. Seus membros, notadamente quem atinge posições de relevo na estrutura partidária, têm a consciência e a responsabilidade de como agir, especialmente, nos momentos em que é preciso distinguir, onde há muitos interesses e interessados tentando mostrar que ;é tudo igual;.

Além da demonstração cabal que o partido está acima das pessoas, é necessário também declarar que as alegações feitas, embora mentirosas, serão tratadas por mim, nos fóruns específicos, com a firmeza e a contundência necessárias.
O que fizemos para ser tão fortemente atingidos?

Sabem todos os que fazem o partido no DF que estávamos e estamos comprometidos com as causas republicanas, e nunca tergiversamos disso, como sabem também de nosso empenho em transformar o DF em importante área de atuação do Partido. Mas não é hora de perguntas, embora haja e sejam necessárias, mas de atitudes. Não é hora para "acertos de contas", mas para manter o Partido unido. Não é hora para precipitações, mas para atitudes serenas. A hora não é de conclusões, mas de apurações.

Por tudo isso, julgo necessário adotar as seguintes decisões:

1) Apresentar pedido de licença do cargo de presidente regional do PPS-DF;

2) Apresentar pedido de licença dos demais cargos que ocupo nas instâncias nacional e regional; e

3) Convocação do Diretório Regional para avaliar a situação política no DF, em especial a manutenção da composição da atual Comissão Executiva Regional do PPS-DF.

Brasília, 04 de dezembro de 2009."<-- .replace('

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