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DER e Novacap recebem a ordem de não alterar o cronograma dos trabalhos

DER e Novacap receberam a ordem de não alterar o cronograma dos trabalhos. Construção de ciclovias deve começar até o início do ano próximo ano

Apesar da crise política, as obras públicas não vão parar. São mais de 2 mil em andamento nas cidades do Distrito Federal. De acordo com o diretor de Edificações da Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap), José Alves de Melo Júnior, não há motivo para preocupações em relação à paralisação de obras. "Nossa postura é técnica e executora. Não existe crise política aqui. O trabalho continuará sendo feito e, por isso, ninguém tem que temer nada. Não nos envolvemos com questões políticas", comentou o diretor. Ontem, por volta das 14h45, o governador José Roberto Arruda (DEM) visitou a obra de duplicação da Estrada Parque Vicente Pires (EPVP), entre as quadras 3 e 5 do Park Way. Arruda conversou com o secretário de Transportes, Alberto Fraga, e o diretor-geral do Departamento de Estradas de Rodagem (DER-DF), Luiz Carlos Tanezini, sobre o andamento dos trabalhos. Por sua vez, o novo secretário de Obras, Jaime Alarcão, se reuniu ontem com diretores da Novacap para dar a ordem: as obras devem seguir a todo vapor e o cronograma não sofrerá alteração alguma. "Não existe a menor possibilidade de parar qualquer empreendimento. Esse risco é nulo. As obras estão em andamento, os recursos estão destinados, não há motivo para parar", reforçou o diretor da Novacap, José Alves. Há 75 contratos de obras e serviços em curso na diretoria de edificações. Segundo o diretor, outros 63 projetos estão em processo de licitação. A diretoria de urbanização da Novacap também não será afetada pela crise, garante o diretor Maurício Canovas. Estão mantidas todas as obras, como as de recuperação de asfalto, meio-fio e paisagismo das cidades. Das cerca de 2 mil obras do governo que estão em andamento, 60% são de urbanização. "A Novacap é uma empresa executora. Tudo continuará normalmente por aqui. A vida continua", comentou Canovas. As obras das ciclovias de Ceilândia, Santa Maria e Guará, segundo ele, começarão até o início do ano que vem. Canovas explicou que, na última semana, o período chuvoso comprometeu alguns trabalhos. Mas ele destacou que a paralisação nada teve a ver com a crise política. Foram afetados serviços em Arapoanga, bairro de Planaltina, e na Estrutural. "Nessas obras, não há problema de recursos, de nada. Foi a chuva que atrapalhou. A Novacap é uma empresa técnica, vamos continuar fazendo nosso trabalho", reforçou o responsável pela área de urbanização. Linha Verde As obras da Linha Verde na Estrada Parque Taguatinga (EPTG) também não devem ser prejudicadas pela crise política, informou ontem o Departamento de Estradas de Rodagem do DF (DER-DF). O ritmo dos trabalhos não diminuiu na última semana. A Linha Verde faz parte do Brasília Integrada, programa de modernização do sistema viário e de transporte coletivo do DF. As obras estão previstas para serem entregues em abril de 2010. O presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do DF (Sinduscon), Elson Ribeiro e Póvoa, torce para que a crise política não atrapalhe o avanço do setor. Por ora, ele diz que existe apenas uma preocupação. "Tudo continua normal nas obras da cidade. Temos que levar para o público uma certa tranquilidade", defendeu. "Crescemos 27% no último ano, obviamente não podemos permitir interferência de questões políticas a essa altura", destacou. A crise política incomoda o presidente da Associação dos Dirigentes de Mercado Imobiliário (Ademi-DF), Adalberto Valadão, em relação ao Setor Noroeste. Ele teme que o cenário atual atrase a liberação de alvarás de construção e empaque projetos no futuro bairro. "A nossa grande preocupação é com o Noroeste. Se as obras de urbanização pararem, como o sujeito vai continuar comprando apartamento?", observou Valadão. Confira videorreportagem sobre o receio dos brasilienses de que obras nas estradas do DF sejam interrompidas por causa da crise do mensalão de Arruda