A prisão temporária de Cláudio José de Azevedo Brandão, 38 anos, um dos suspeitos do triplo assassinato na 113 Sul, termina amanhã e ele tem chance de ir para casa já no próximo fim de semana. Se não encontrar novas provas para confirmar a participação dele nas mortes de José Guilherme Villela, Maria Carvalho Mendes Villela e de Francisca Nascimento da Silva, a polícia dificilmente conseguirá obter do Tribunal do Júri de Brasília a prisão preventiva do acusado ; que é o único tipo de detenção provisória cabível para o caso dele.
A liberação definitiva de Cláudio vai depender, no entanto, do Tribunal do Júri de Taguatinga, que decretou a prisão preventiva do suspeito (por 30 dias) por outro crime: um roubo cometido em janeiro deste ano. O advogado de defesa dele, Nivaldo Pereira Silva, espera que a Corte aceite o pedido de revogação dessa última medida judicial.
O defensor deverá protocolá-lo somente amanhã, quando vence a prorrogação da prisão temporária de Cláudio expedida pelo Tribunal do Júri de Brasília. ;Tão logo o meu cliente seja posto em liberdade, pois não há nada que o incrimine no caso Villela, ingressarei com o pedido de relaxamento da outra prisão. Não vejo motivo para ele ficar preso pelo outro crime (roubo) se o Código Penal não o classifica como hediondo;, explicou.
Como a prisão temporária de Cláudio já foi prorrogada ; de cinco para 10 dias ;, ele só poderá permanecer atrás das grades por força de um novo pedido à Justiça. Mas, desta vez, deve ser de uma autorização para a prisão preventiva do acusado. Para tanto, as unidades que compõem a chamada força-tarefa da Polícia Civil ; Coordenação de Investigação de Crimes Contra a Vida (Corvida), Divisão de Repressão a Roubos (DRR) e a própria 1; Delegacia (Asa Sul), todas subordinadas à Corregedoria-Geral da corporação ; precisam apresentar mais provas contra o acusado, que, até o momento, não surgiram.
Chave
Os últimos dias da delegada Martha Vargas, chefe da 1; DP, foram de uma incessante luta contra o calendário e o relógio para provar a culpa de Cláudio. Ontem, ela passou o dia em diligências. Retornou à 1; DP somente no início da noite. Uma fonte contou ao Correio que Martha percorreu os últimos passos dados por Cláudio antes de ser preso, em 13 de novembro. Os investigadores estiveram na Vila São José, em Vicente Pires, onde o homem mora. Os dois outros presos por suspeita de envolvimento no crime da 113 Sul ; Rami Jalau Kaloult, 28, e Alex Peterson Soraes, 23 ; também viviam na Vila São José.
Rami e Alex acabaram detidos no início de novembro após denúncia anônima e, com eles, os agentes encontraram a chave da porta de serviço do apartamento dos Villela, no Bloco C da 113 Sul.
A partir do depoimento da dupla, os policiais chegaram a Cláudio. Rami e Alex alegam que ele lhes pediu para guardar a chave incriminadora. Às vésperas de o crime completar três meses (os assassinatos foram cometidos em 28 de agosto e os corpos foram encontrados em 31 de agosto), ninguém está indiciado. O trio permanece no Departamento de Polícia Especializada (DPE).