A presença de militares de alta patente do Exército Brasileiro ontem, na agrovila Caub, na zona rural do Riacho Fundo II assustou os moradores. ;Mas vim conferir e vi que não é nada de ruim; pelo contrário;, constatou o chacareiro Antônio das Chagas, 65 anos. ;Eles vão reformar o nosso posto de saúde. Eu nem sabia que Exército fazia isso;, completou.
Além da pequena unidade do local, os militares reformarão ainda ; a partir de fevereiro do ano que vem ; outros 16 centros de saúde em todo o Distrito Federal. A maioria em áreas rurais e comunidades carentes. A iniciativa marca o início de um convênio assinado ontem entre o Exército e o Governo do Distrito Federal e pode render ainda muitos frutos para a sociedade brasiliense.
;As pessoas costumam estranhar o Exército fazendo obras, mas é uma tradição nossa desde 1880, quando saiu a primeira lei autorizando essa atividade. Participamos da construção de ferrovias, rodovias e outras grandes obras;, explica o coronel Ítalo Fortes Avena, diretor de Obras de Cooperação do Exército. ;Hoje atuamos em portos e aeroportos, como o de Congonhas. Nossa força depende muito de treinamento e é caro treinar na área da construção civil. Por meio desses convênios, podemos treinar e ajudar no desenvolvimento do país;, completou ele.
O valor do acordo assinado ontem no Caub é de R$ 3,078 milhões. O dinheiro será aplicado até o fim do ano que vem nas reformas, que devem durar, em média, 45 dias cada. ;Queremos trabalhar em quatro de cada vez, mas isso vai depender da característica da região, já que o atendimento à população é prioridade;, diz o coronel Antonino dos Santos Guerra, prefeito militar de Brasília.
Além do posto do Caub, estão previstas reformas em quatro unidades em Sobradinho e no Paranoá; três em Planatina e uma no Gama, Brazlândia, Ceilândia e São Sebastião. ;É só o começo de uma relação que eu espero ser duradoura. Estou muito feliz de ter essa instituição trabalhando ao nosso lado;, declarou o secretário de Saúde do DF, Augusto Carvalho. ;Já trabalhamos com o Exército na reforma do Hospital do Gama e alcançamos ótimos resultados;, completa ele, que assinou o convênio representando o GDF. Além de homens do Exército, civis também são convocados a trabalhar nas obras por meio de contratos temporários.