Jornal Correio Braziliense

Cidades

Em depoimento, namorada de médico assassinado por fazendeiro confirma versão do crime

Três testemunhas de acusação prestaram depoimento no Tribunal do Júri do Paranoá na manhã desta segunda-feira (23/11). Flávio Parente Macedo, 59 anos, é réu confesso. O fazendeiro tirou a vida do médico Fábio Henrique de Oliveira, na época com 41 anos. O crime ocorreu em 2006.

Fábio foi baleado e sua namorada Roseneide Martins da Silva, ex-esposa do réu, agredida com golpes de cassetete. A filha da mulher, na época com 14 anos, foi obrigada a fazer sexo oral no fazendeiro.

Roseneide Martins da Silva, namorada da vítima e ex-esposa do réu, foi a primeira a depor. A mulher falou ao júri por cerca de uma hora. Roseneide se emocionou durante toda a sua declaração e confirmou sua versão do crime.

Às 11h30, a filha de Roseneide começou a falar. A menina afirmou ter sido abusada sexualmente. Ela ainda contou ao Júri que a primeira agressão sofrida por sua mãe ocorreu quando ela tinha nove anos. Desde então, o relacionamento com o réu Flávio Parente Macedo tornou-se complicado.

O último a ser interrogado foi um borracheiro que teria recebido R$ 5 mil de Macedo para matar e ajudar a esconder três corpos, que seriam de Roseneide, sua filha e do médico, o único a morrer. O borracheiro era motorista de uma empresa de construção civil, onde Flávio teria trabalhado. Em depoimento, o homem reconheceu ter sido contratado pelo fazendeiro, mas negou ter cometido o crime e ocultado o cadáver.

Por volta das 13h foi dado intervalo para almoço e o julgamento prosseguirá à tarde, quando o réu será interrogado. Em seguida, a defesa e acusação apresentarão seus argumentos.

Justiça

As promotoras do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios, Vivian Caldas e Raquel Tiveron, acreditam que Flávio terá punição de pena máxima pelos crimes de homicídio qualificado (por motivo fútil e por meio cruel), lesão corporal e atentado violento ao pudor. As penas somadas superam os 40 anos.

Durante o julgamento, as promotoras apresentaram a arma de fogo utilizada no crime, um revólver calibre .38, e o cassetete com que o réu agrediu sua ex-esposa.

[SAIBAMAIS]Com informações de Naira Trindade.