As agentes Sueli e Valéria vão de porta em porta para repassar informações às famílias: futuro melhor" />Trinta mulheres e um objetivo comum: com um trabalho voluntário, conscientizar a comunidade de três cidades do Distrito Federal sobre a necessidade de proteger o meio ambiente. Elas fazem parte do Projeto Mãe Ambiente, criado pela Federação das Mulheres Unidas de Brasília e do Entorno (1) (Femube), em parceria com a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb). O grupo tem sede no Itapoã e é formado por 30 mulheres, 10 da própria cidade, 10 do Riacho Fundo II e 10 do Varjão. Toda semana, cada uma das agentes visita 10 casas, onde entrega uma cartilha sobre a separação e a reutilização do lixo e conversa com os moradores. Para o próximo ano, a ideia é aumentar o número de cidades participantes, como Estrutural e Gama, recrutando 10 moradoras de cada lugar.
;A ideia de criar esse projeto surgiu a partir da vontade de despertar a consciência ecológica da população, principalmente no trato com o lixo. Assim, cada um faz sua parte e colabora na preservação do planeta e da vida;, explica Marisa Ramalho, presidente da Femube. As voluntárias se reúnem aos sábados na casa de uma delas, cada grupo em sua cidade. Depois de colocar as informações em dia, é hora de ir para a rua, por volta das 10h, bater de porta em porta, sem hora para voltar. Como elas estão sempre identificadas, é raro alguém deixar de atendê-las.
Além das reuniões semanais, as mães participam de oficinas, onde se qualificam para ajudar as comunidades. Na última semana elas aprenderam a confeccionar sabão caseiro, em uma palestra realizada na Administração do Itapoã. A produção beneficia o meio ambiente, pois um dos materiais utilizados para fazer o sabão é o óleo de cozinha usado, que não precisa mais ser descartado. As famílias visitadas também aprenderão como fazê-lo.
Rosa Maria Rodrigues faz parte da diretoria da Femube e coordena o grupo do Itapoã. Segundo ela, o projeto tem grande importância tanto para as agentes quanto para a população atendida. ;Com o trabalho realizado, as mulheres do grupo têm a autoestima elevada. A população ganha porque aprende que tudo é reaproveitado e vira fonte de renda;, explica. As mães ambiente ensinam, entre outras dicas, a separar o lixo orgânico do seco e a guardar materiais como garrafas pet, papelão e vidros, que poderão ser revendidos depois.
Sede própria
Uma reivindicação antiga da ONG é um espaço para que seu trabalho seja realizado. Uma grande aliada é a Administração do Itapoã, que cede um local para encontros e oficinas. De acordo com o administrador, Marco Aurélio Demes, há pouco mais de dois anos as reuniões são feitas por lá. ;Nós apoiamos as ações sociais desenvolvidas pela ONG, pois melhoram a qualidade de vida da população. Foi feita uma solicitação ao governo para que uma área, na Expansão do Itapoã, seja liberada ao grupo e estamos aguardando uma resposta;, conclui.
A moradora do Itapoã Valéria Ferreira de Araújo, 30 anos, faz parte do grupo há dois meses e reconhece o valor do próprio trabalho. ;É muito importante cuidar do meio ambiente, senão, como viverão nossos filhos e netos. Eu quero um futuro melhor;, conta. Sueli da Silva Costa, 39, afirma que as famílias que visita sempre colaboram. ;Elas são muito receptivas. E fazemos mais de uma visita, porque voltamos às residências para ver se elas aprenderam e colocaram em prática o que ensinamos.;
Mesmo conhecendo um pouco sobre a coleta seletiva do lixo, o aposentado Antonio Soares de Holanda, 73, morador do Itapoã, nunca chegou a separá-lo. Após uma visita da agente Valéria, seu Antonio garantiu que vai mudar: ;Aqui em casa, a gente joga o lixo em um único saco, mas agora vou separá-lo. Vou passar as informações à minha esposa e vamos agir juntos;.
1 - Projetos sociais
A Femube é uma organização não governamental criada há 20 anos com o intuito de trabalhar pela melhoria da qualidade de vida das mulheres e de suas famílias, principalmente as de baixa renda. Os projetos sociais criados pela ONG são nas áreas de saúde, meio ambiente, qualificação profissional, alfabetização e atendimento jurídico e psicológico. Atualmente, apenas o Mãe Ambiente está ativo.