Jornal Correio Braziliense

Cidades

Greve mais longa da história da Polícia Civil de Goiás completa hoje 40 dias


Nenhuma investigação é realizada na parte goiana do Entorno do Distrito Federal há 40 dias. Registro de ocorrência, só em casos de crimes hediondos, devido à mais longa greve da história da Polícia Civil de Goiás. Nem o anúncio do corte de pontos, na semana passada, fez a categoria recuar. Agentes e escrivães devem continuar de braços cruzados pelo menos até o próximo dia 20, quando está marcada uma nova assembleia geral para uma reavaliação do movimento, que reivindica reajuste salarial, melhores condições de trabalho e aumento efetivo.

[SAIBAMAIS]Segundo o presidente em exercício do Sindicato dos Policiais Civis do estado (Sinpol-GO), João Antonelli, o balanço parcial do movimento é positivo. "Superou as expectativas, principalmente em relação ao pessoal, que se mantém unido em torno das reivindicações", afirma. Na sexta-feira (13/11), o governo publicou no Diário Oficial a nomeação de 20% dos aprovados no último concurso da Polícia Civil goiana. Uma conquista das duas greves anteriores, realizadas em março e julho deste ano.

A paralisação, que só no Entorno atinge mais de 1 milhão de habitantes, foi considerada ilegal pela Justiça de Goiás. Mas a categoria trava um disputa jurídica para revogar a decisão e reaver as folhas de frequência recolhidas nas delegacias.

Para a Secretaria de Segurança Pública de Goiás, as negociações estão encerradas desde o dia 6 de outubro, data em que o governo apresentou o plano de cargos e salários. A proposta não contemplou os anseios da categoria, mas o secretário Ernesto Roller disse, em entrevista coletiva, que aquele era o máximo que o estado podia oferecer.

O plano de cargos e salários não concede aumento salarial, uma das principais reivindicações dos grevistas. O piso fica mantido em R$ 2.711. Mas o teto, que atualmente é de R$ 3.348, passaria para R$ 5.145, com a criação da classe especial.

Para Roller, a proposta apresentada é "justa, exequível, dentro da possibilidade do Governo Estadual" e resgata os compromissos assumidos no fim da greve anterior. O plano, no entanto, não trata de melhorias na infraestrutura das delegaciais, que, no Entorno, estão sucateadas.