A Ponte JK e a Torre de TV serão coloridas de azul hoje, a partir das 20h. A iluminação especial que mudará o aspecto desses dois cartões-postais celebra o Dia Mundial do Diabetes, ápice da campanha internacional que busca alertar a população para os riscos da doença. Ao longo do dia, serão realizados diversas atividades educativas e monitoramento gratuito de glicemia (taxa de glicose no sangue) em diversos pontos da cidade. O Distrito Federal tem cerca de 125 mil diabéticos, segundo levantamento realizado pelo Programa de Educação e Controle de Diabetes da Secretaria de Educação. Em todo o país, o mal atinge mais de 10 milhões de pessoas, estima a Sociedade Brasileira de Diabetes.
A probabilidade de desenvolver a doença se multiplica com o avanço da idade, explica Jane Dullius, 46 anos, professora do curso de educação física da Universidade de Brasília (UnB). Isso não significa que crianças, adolescentes e adultos estejam livres da disfunção ; principalmente da diabetes tipo 1, comum entre pessoas com menos de 35 anos. ;A gente não sabe se tem a carga genética para a diabetes ou não. Por isso, é preciso controlar o estilo de vida;, alerta Jane, diabética desde menina.
Idealizadora do grupo de estudos Doce Desafio, a professora coordena mutirões de prevenção em Sambambaia, Sobradinho e no próprio câmpus da UnB. ;É possível viver muito bem sendo diabético;, garante. Sua principal recomendação para evitar o desequilíbrio da glicemia é praticar atividades físicas com regularidade. ;Pessoas obesas e ativas são menos propensas a ter a doença do que magras e sedentárias;, revela.
O militar aposentado Paulo José Moraes, 68, desenvolveu os diabetes tipo 2 há 16 anos. Só buscou auxílio médico quando alguns sintomas começaram a se manifestar: sede constante, perda de peso e problemas de visão. Por conta própria, ele já havia mudado os hábitos alimentares. ;Cortei ingestão de açúcar; comecei a fazer uma dieta balanceada, baseada em verduras e com menos gordura. Mas só fiquei aliviado depois que procurei o endocrinologista e a nutricionista;, conta.
[SAIBAMAIS]
Praticante de esportes e, até então, sem histórico de diabetes na família, Moraes demorou a acreditar que estava doente. ;Eu me achava livre dessa ameaça. Quando surgiu, fiquei um pouco surpreso. Mas, depois do meu caso, outros parentes também foram diagnosticados;, relata. Após a confirmação, o aposentado adotou a medicação sugerida e nunca mais teve problemas. ;Não me abstenho de nada. Essa doença poderia ter surgido antes. Como minha vida é saudável, apareceu só aos 50 anos;, orgulha-se.
Assim como Moraes, Carla (nome fictício) é diabética tipo 2. Ela restringiu a ingestão de açúcar na adolescência, quando descobriu a doença. No mês passado, porém, ele teve um sério revés em consequência da debilidade imunológica causada pela doença: perdeu três dedos do pé direito. Agora, está internada, aguardando nova operação. ;Não deixei de comer, mas parei de ir à churrascaria toda sexta-feira. Quero resolver isso logo e ir para a casa;, diz a mulher de meia-idade.
Mal sem cura
A diabetes é uma doença metabólica caracterizada pelo aumento anormal de glicose (açúcar) no sangue. Há duas formas de manifestação da doença: os portadores do tipo 1 são dependentes de insulina ( hormônio regulador das taxas de glicemia no organismo); os de tipo 2, não. São diferentes níveis de doença ; tipos 1 e 2. Os sintomas mais comuns são: sede constante, perda de visão e emagrecimento progressivo. Alimentação saudável e exercícios físicos são as formas mais eficazes de prevenção.
; Palavra de especialista
Informar-se é essencial
;A prevenção e manutenção da diabetes demanda alguns cuidados. O primeiro deles é ir a um endocrinologista e a um nutricionista. Pode ser que a pessoa se alimente bem, mas falte orientação para se alimentar da forma correta. Logo em seguida, a pessoa pode se matricular em uma academia;
sair para caminhar no parque; levar o cachorro para passear ou mesmo brincar com os netos.
Deve, enfim, iniciar uma atividade física orientada. Deve também utilizar medicamentos quando necessário. Os autocuidados também
são importantes: as pessoas têm que manter o peso, monitorar os níveis de glicemia e a pressão arterial, além de realizar visitas frequentes ao médico e cuidar da higiene pessoal.;
Jane Dullius, professora de educação física na Universidade de Brasília
; Para participar
Palestras voltadas à educação, prevenção e monitoramento de glicemia estarão à disposição da população hoje, das 8h às 14h, atrás da administração do Parque da Cidade ; próximo ao Quiosque do Atleta. Haverá também aulas de alongamento, ginástica, corrida, dança, além de gincanas e sorteio de glicosímetros (aparelho que mede glicose).