Jornal Correio Braziliense

Cidades

Ajustes finais na Câmara

Com a nova sede quase concluída, deputados distritais vão decidir qual obra de arte será exibida na entrada do prédio

Vista aérea da nova sede da Câmara, ao lado do Eixo Monumental: primeira sessão em dezembro" />

Depois de oito anos desde a abertura do canteiro de obras, a construção da nova sede da Câmara Legislativa chegou à reta final. Ainda neste ano haverá uma sessão no plenário, provavelmente a votação do orçamento para 2010. A mudança definitiva ocorrerá já no início dos trabalhos em fevereiro, depois do recesso parlamentar. Uma das providências que o presidente da Casa, Leonardo Prudente (DEM), vai discutir com os colegas é a escolha de uma obra de arte que será exibida na entrada do prédio. A intenção é encontrar algo que represente o Legislativo local e Brasília.

Prudente disse ao Correio que estuda duas hipóteses: a criação de um painel com azulejos de Athos Bulcão a serem cedidos pela fundação que leva o nome do artista plástico ou um concurso público para a seleção de uma pintura ou escultura. A peça será exposta no saguão de acesso da nova sede do Poder Legislativo local, no Eixo Monumental. ;Todo prédio público tem uma obra de arte;, explica Prudente. No Distrito Federal, essa regra é prevista em duas leis de autoria do ex-deputado César Lacerda (PSDB) e do hoje senador Gim Argello (PTB-DF), aprovadas em 1999 e 2001.

De acordo com a legislação, todo edifício ou praça, com área igual ou superior a mil metros quadrados, que vier a ser construído deverá conter, em lugar de destaque ou fazendo parte integrante do empreendimento, uma escultura, pintura, mural ou relevo escultórico de autor preferencialmente residente no DF. Além de estabelecer a obra de arte na sede, outra questão a ser decidida é o local onde serão depositados os seis retratos hoje expostos na entrada do prédio onde os deputados distritais trabalham desde a fundação da Câmara (leia Memória).

Na entrada do prédio, na Asa Norte, há desde 2003 uma exposição da imagem de seis ex-presidentes. Prudente disse que não sabe ainda o que fazer com as peças. ;Com certeza, não ficarão na entrada da nova sede;, afirma. Para o deputado Alírio Neto (PPS), ex-presidente da Câmara, licenciado do mandato no exercício do cargo de secretário de Justiça e Cidadania, os quadros não deveriam ficar em lugar de destaque. Ele também não quis ser retratado como os antecessores. ;Acho que poderíamos fazer uma galeria de presidentes com fotos, com ocorre na Câmara e no Senado. Esses quadros poderiam ser guardados, por exemplo, na biblioteca;, analisa.

Na avaliação de Alírio, a nova obra de arte a ser escolhida deveria representar um conceito popular referente aos pioneiros. O deputado José Antônio Reguffe (PDT) é radicalmente contra a aplicação de recursos públicos com essa finalidade. ;Se for colocar uma obra de arte, que seja a que custe menos para o contribuinte;, analisa o pedetista.

No início de novembro, os deputados poderão visitar um show-room montado para avaliação dos detalhes dos gabinetes parlamentares antes da mudança. Nessa fase, os distritais ainda não poderão ver a decoração dos novos locais de trabalho, mas terão uma noção da divisão dos espaços reservados às atividades a partir do próximo ano.


"Acho que poderíamos fazer uma galeria de presidentes com fotos, com ocorre na Câmara e no Senado. Esses quadros poderiam ser guardados, por exemplo, na biblioteca"
Alírio Neto, deputado distrital licenciado







Memória

Os quadros de R$ 64 mil

Quem chega na Câmara Legislativa, logo na entrada, vê uma galeria com seis quadros pintados a óleo sobre tela que retratam os seis primeiros presidentes da Casa: Salviano Guimarães (foto), Edmar Pireneus, Benício Tavares, Geraldo Magela, Lúcia Carvalho e Gim Argello. As obras, do artista plástico peruano Rolando Vila, custaram R$ 64.068 aos cofres públicos.

Entre as personalidades pintadas por Vila estão também o ex-presidente da Venezuela Raul Leone, os ex-senadores já falecidos Gilberto Mestrinho e Jefferson Peres, além do deputado federal Osório Adriano (DEM-DF). Os quadros dos ex-presidentes da Câmara saíram por R$ 10.678. A galeria está incompleta desde 2005, quando Fábio Barcellos, hoje no PDT, assumiu o comando da Casa e não quis ser retratado. Alírio Neto (PPS) também não quis um quadro com a sua imagem. O atual presidente, Leonardo Prudente (DEM), pretende manter a posição dos dois antecessores. Não será homenageado com uma pintura.

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