Depois de 52 dias de investigação, a Polícia Civil volta a investir nos depoimentos para esclarecer o caso do triplo assassinato na 113 Sul. Ontem, os agentes entregaram 37 intimações. A maior parte dos depoimentos deve ocorrer hoje na 1; DP (Asa Sul) ; desde o início da apuração do crime, ocorrido em 28 de agosto, os policiais ouviram 100 pessoas. Alguns serão repetidos, como de funcionários e amigos do casal Villela.
Enquanto não surgem denúncias que tracem a rota das joias roubadas do apartamento do casal Villela, os investigadores abriram outra frente policial para chegar aos assassinos de José Guilherme Villela, 73 anos, Maria Carvalho Mendes Villela, 69 anos, e da principal empregada da família, Francisca Nascimento da Silva, de 58 anos. Eles vasculham casas de câmbio e checam denúncias anônimas de pessoas que fizeram altas transações em dólares no período entre o dia do crime até hoje.[SAIBAMAIS]
Além de colares, gargantilhas e outras peças preciosas também sumiu do apartamento 601/602 do Bloco C uma grande quantidade de dólares ; valor não revelado pela polícia. Os bens estavam escondidos num fundo falso na parte superior do closet num cômodo em separado do apartamento. A estimativa é que tudo o que foi levado, entre joias e dinheiro, chegue a R$ 700 mil.
Caldas Novas
Uma das denúncias levou a equipe da delegada-chefe da 1; DP, Martha Vargas, a esclarecer um crime antes mesmo de ele ter sido comunicado à polícia. Três homens confessaram ter levado mais de US$ 45 mil de um estabelecimento comercial dois dias antes da morte do casal Villela e da empregada Francisca.
O denunciante informou à polícia que um dos autores desse crime estaria esbanjando dinheiro em Caldas Novas. Ele havia se hospedado num hotel de luxo no balneário goiano. Além disso, teria comprado também um carro com o dinheiro roubado. O acusado continua foragido. Mas dois comparsas dele, que também participaram do crime realizado no ex-local de trabalho, compareceram à 1; DP ontem e devolveram o dinheiro. Cada um havia ficado com aproximadamente US$ 15 mil. Eles foram liberados e vão responder pelo crime de furto qualificado com o agravante de se beneficiar da confiança da vítima para cometê-lo.
O dono dos dólares disse à polícia que não percebeu a falta do dinheiro. Ele explicou que muitos dos seus clientes pagam em moeda estrangeira. Por isso, costuma ter dólares em caixa. Inicialmente, o empresário não quis registrar a ocorrência, mas acabou convencido pela delegada. Ela explicou que somente assim poderia reaver o dinheiro dele. Apesar de os criminosos não terem relação com o triplo assassinato da 113 Sul, a delegada Martha Vargas disse que a ação foi satisfatória. ;Elucidamos mais um crime. Isso é bom, mostra que a polícia está no caminho certo.;
Por volta das 20h, a delegada Martha Vargas e uma equipe de agentes saíram para mais uma diligência na cidade. Eles não informaram para onde iriam. Uma fonte ouvida pelo Correio informou que os policiais iriam checar outra denúncia anônima. Por dia, o telefone da Polícia Civil tem recebido cerca de 20 ligações. Muitas delas não têm nada a ver com o caso dos Villela.