Jornal Correio Braziliense

Cidades

Telefonema leva polícia a pedreiro

Morador de Luziânia depõe no caso do triplo homicídio. O número do celular dele consta na relação de chamadas recebidas pelos Villela

A delegada Martha Vargas trabalha em várias frentes de investigação: expediente até de madrugada" />Intensificação de diligências, repetição de depoimentos e surgimento de envolvidos ou colaboradores. A investigação do triplo homicídio ocorrido em 28 de agosto na 113 Sul deixou movimentada a sexta-feira para agentes e delegados da 1; Delegacia de Polícia, na Asa Sul. Os primeiros esclarecimentos tiveram início ainda na madrugada e continuaram ao longo da noite. Até o fim do dia, no entanto, ninguém mais havia sido preso pelas mortes do casal de advogados José Guilherme Villela, 73 anos, e Maria Carvalho Mendes Villela, 69; e da principal empregada da família, Francisca Nascimento da Silva, 58. Por enquanto, dois suspeitos estão detidos, mas não indiciados pelo triplo homicídio.

Um pedreiro de Luziânia, a 56km do Plano Piloto, prestou depoimento no caso. A polícia o identificou depois de rastrear as ligações telefônicas feitas pelos Villela ; a quebra do sigilo contou com autorização judicial. O homem chegou ao distrito policial da Asa Sul por volta das 19h, acompanhado da mulher e escoltado por dois policiais civis. A companheira dele informou ao Correio que o número do telefone do marido apareceu em uma das relações de chamadas originadas ou feitas por meio de celular ou telefone fixo, fornecidas pela operadora de telefonia do casal de advogados.

O homem conversou com a polícia na condição de testemunha. Ele e a mulher foram conduzidos à delegacia chefiada pela delegada Martha Vargas em um veículo da Polícia Civil do DF sem identificação. Somente ao chegar a Brasília, o casal soube do envolvimento na investigação do triplo homicídio. ;Nós não fizemos nenhum serviço para essas pessoas (os Villela);, afirmou a mulher, que se disse feirante. Uma fonte policial ouvida pela reportagem disse que o pedreiro confirmou à polícia que ligou para o número de José Guilherme cerca de um mês antes do crime. Mas teria feito a ligação por engano.

Desenhos das joias
Outra pessoa ouvida pelo Correio revelou que a nova testemunha faz parte de outra linha de investigação. Mesmo assim, continuam as hipóteses de crime encomendado e latrocínio (roubo com morte). Esta, inclusive, ganhou força na última semana, quando a polícia estimou em R$ 700 mil ; entre joias e dinheiro em espécie ; a quantia roubada no dia dos homicídios. O levantamento foi feito com base em informações fornecidas pelos familiares das vítimas. Os investigadores devem apresentar neste fim de semana desenhos dos objetos levados pelos bandidos. As ilustrações são feitas por um familiar dos Villela. A divulgação pode ajudar na localização de receptadores.

Na madrugada de ontem, os policiais ouviram novamente prestadores de serviço do prédio dos Villela. São todos pedreiros que trabalharam em uma obra no Bloco C. Começaram a falar com investigadores pouco depois das 22h e ficaram na 1; DP até as 3h. A delegada Martha Vargas saiu às 3h05. Contou apenas que convocou os pedreiros porque precisava de mais detalhes sobre o dia do triplo homicídio.

Colaborou Leilane Menezes