Jornal Correio Braziliense

Cidades

Bancada do DF mostra bom índice de frequência na Câmara

Em quase três anos da atual legislatura, o deputado Jofran Frejat (PR) é o mais assíduo. O parlamentar nunca faltou a nenhuma sessão deliberativa da Câmara dos Deputados. Nesse quesito, aliás, a bancada do Distrito Federal tem um bom desempenho. Sem a desculpa de ter de visitar a base em outros estados e se ausentar do trabalho, os congressistas de Brasília são presenças constantes no plenário. Ninguém teve menos do que 78% da frequência, segundo levantamento feito pelo Correio no sistema de informações da Câmara.

Das 301 sessões realizadas, os deputados Tadeu Filippelli (PMDB), Laerte Bessa (PMDB) e Rodrigo Rollemberg (PSB) também podem ser considerados assíduos. Filippelli faltou a apenas três das 128 sessões de 2007. Bessa cabulou 14 votações nos últimos três anos. Rollemberg esteve fora da Câmara em 15 até hoje. Neste ano, desde que assumiu a liderança do PSB, ele não deixou de comparecer a nenhuma sessão. Apesar de terem algumas faltas, nesses casos o índice de presença nas votações é superior a 95%. ;O normal é ser assíduo. Essa é a minha obrigação. Não tenho motivos para faltar, então estou sempre em todas as sessões;, disse Frejat.

No que se refere à produção legislativa, a performance também é considerável. Juntos, os deputados da capital do país apresentaram 225 propostas. Nesse critério, o campeão é Rollemberg. No primeiro mandato na Câmara, o deputado protocolou 238 propostas, sendo 44 projetos de lei e duas propostas de emenda à Constituição. Uma das ideias que o parlamentar mais tem defendido é a que prevê eleições diretas para administradores regionais, ou seja, a escolha de uma espécie de prefeito das cidades do Distrito Federal pelo voto do morador. Controversa, a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) está na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), com pedido de vista do deputado Mendonça Prado (DEM-SE).

Discursos
O deputado Bispo Rodovalho (DEM) se destaca na apresentação de projetos. Protocolou 39. Entre as propostas, está a que prevê a inclusão como critério de desempate em licitação pública o fato de a empresa contratar um percentual mínimo de 2% de empregados egressos do sistema prisional. O projeto tramita na Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público. Laerte Bessa apresentou 26 projetos ; entre estes, o que prevê a desincompatibilização de prefeitos, governadores e do presidente da República que quiserem concorrer à reeleição, no prazo de seis meses antes da eleição.

Rollemberg é também o campeão de discursos. Nos últimos três anos, fez 118. Um dos destaques foi o projeto do passe-livre no transporte para estudantes. No quesito da oratória, o deputado Augusto Carvalho (PPS), licenciado do mandato há um ano como secretário de Saúde, vem logo em seguida.

Nesta legislatura, Augusto fez 100 discursos e discutiu assuntos como a defesa da extinção da contribuição sindical obrigatória, repúdio à atuação das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) e o suposto fracasso do encontro de chefes de Estado do G8 no Japão, no ano passado, para buscar soluções para a redução da emissão de gases responsáveis pelo efeito estufa. O último discurso, em junho de 2008, antes de deixar a Câmara, foi uma crítica à ideia de recriar a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF).

O deputado suplente Ricardo Quirino (PR) também tem uma performance considerável nesse quesito. Já foi à tribuna para apresentar seu ponto de vista 47 vezes. Desejou saúde ao vice-presidente José Alencar, comemorou o sucesso da Lei Seca no Distrito Federal e a escolha de Brasília como uma das cidades-sede da Copa de 2014. Discurso registrado e publicado no Diário da Câmara, o deputado Geraldo Magela (PT) só fez um nesta legislatura, embora tenha hábito de emitir comunicados no plenário. O petista conta que esta não é a sua prioridade. ;Avalio que o papel mais importante do parlamentar é a articulação política;, afirma Magela.

Nessa seara, o petista vai muito bem. Neste ano, ele ocupa um dos cargos mais cobiçados do Congresso, o de relator-geral do orçamento de 2010. Posição de destaque exerce também o deputado Tadeu Filippelli na presidência da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), por onde passam todos os projetos da Casa, alguns em caráter terminativo. O cargo lhe rendeu prestígio suficiente para unir a bancada do PMDB na Câmara contra pedido de intervenção, protocolado pelo deputado Laerte Bessa (DF) no PMDB do Distrito Federal na semana passada ; e que resultou na desfiliação do ex-governador Joaquim Roriz.