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Roriz tenta reunir partidos nanicos

Ex-governador entrega pedido de desfiliação ao PMDB e monta estratégia para formar uma coalização com legendas de menor porte. Aliados já migraram para PSC, PMN e PRTB

Agora é oficial. O ex-governador Joaquim Roriz protocolou ontem o pedido de desfiliação do PMDB no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Distrito Federal. Começa agora a intensificação das negociações com outras legendas para a escolha do novo destino. O caminho mais provável é um partido pequeno. Entre as opções estão PMN, PRTB, PSC, PRP e PRB. Roriz só vai anunciar a escolha no prazo final previsto na legislação eleitoral, ou seja, em 3 de outubro.

[SAIBAMAIS]Como as maiores legendas já estão alinhadas com o governador José Roberto Arruda (DEM) ou lançarão candidato próprio ao Executivo ; casos de PT e PTB ;, Roriz busca opções entre as agremiações com menor expressão política, mas que poderão construir juntas uma ampla composição partidária. O principal interesse do ex-governador é aumentar o tempo de televisão para a propaganda na campanha eleitoral e abrir espaço para a eleição de aliados nas vagas de deputado distrital, federal e senador.

Entre as legendas que já estão fechadas com o ex-governador está o PSC, que sempre foi uma espécie de apêndice do PMDB no Congresso. O partido está sob controle do grupo rorizista no DF, já que tem como presidente um dos principais assessores do ex-governador, Valério Neves Campos. O PMN também virou reduto rorizista. Nesta semana, a secretária-geral nacional do partido, Telma Ribeiro dos Santos, fez uma intervenção na executiva regional e destituiu o atual presidente, Luiz França, que é aliado de Arruda e exerce o cargo de diretor do programa Na Hora. A legenda tem ainda um deputado distrital, Aylton Gomes, e duas administrações regionais.

Telma avisou aos correligionários do Distrito Federal que a deputada Jaqueline Roriz assumirá o comando do PMN. Filha do meio do ex-governador, a distrital já comunicou ao PSDB sua intenção de se desfiliar e entrou com ação judicial para pedir justa causa e mudar de legenda sem ser acusada de infidelidade partidária. No processo, Jaqueline sustenta que vai migrar para o PSR, que está ainda em fase de criação. A mudança para uma agremiação que está sendo constituída é uma das exceções previstas em lei para escapar de uma cassação de mandato em casos de transferência partidária.

Além de Jaqueline, Celina Leão, assessora de Roriz, também vai deixar o PSDB para se filiar ao PMN. Ela será secretária-geral do partido no DF. ;Isso é um absurdo. O partido fica com cara de legenda de aluguel. Ele terá um partido nanico e ainda dividido;, lamenta Luiz França. Nesta semana, Dedé Roriz, sobrinho do ex-governador, migrou do PTB para o PRTB, onde assumiu o cargo de presidente da Juventude do partido. A mudança sinaliza que a legenda também estará ao lado de Roriz na campanha de 2010.

Com o comando do PMN,PRTB e do PSC nas mãos de colaboradores fiéis, Roriz poderá escolher uma outra legenda para se filiar. Assim garantiria no mínimo uma coligação com três legendas. O ex-governador disse ontem que tem em vista oito ou nove agremiações, mas não quis revelar com quem tem mantido contato. ;Posso dizer apenas que terei mais tempo de televisão do que se tivesse ficado no PMDB;, afirmou ontem ao Correio.

No TRE-DF, onde deixou a carta de desfiliação, Roriz distribuiu uma nota em que ataca o PMDB e justifica sua saída. ;Saio do PMDB, partido que ajudei a criar, buscando outros caminhos que me permitam continuar lutando pela grandeza de Brasília e redenção de seu povo.; O ex-governador voltou a garantir que será candidato ao GDF nas próximas eleições. ;Só a morte me impedirá de concorrer mais uma vez;, afirmou.