Sábado é dia de os pais levarem os filhos aos postos de saúde espalhados pelo Distrito Federal para que eles recebam a segunda dose da vacina contra poliomielite, doença mais conhecida como paralisia infantil. As 260 mil doses enviadas pelo Ministério da Saúde já foram distribuídas aos 386 postos do DF, que ficarão abertos das 8h às 17h à espera das crianças para tomarem as gotinhas. A meta é imunizar, pelo menos, 211 mil meninos e meninas de até 5 anos de idade, o correspondente a 95% da população nessa faixa etária na capital federal.
Esta é a segunda fase da campanha nacional de vacinação. A primeira ocorreu em 20 de junho e imunizou 196.230 crianças no DF. Com um percentual de 88% de cobertura, Brasília ficou abaixo da meta estabelecida pelo Ministério da Saúde de proteger 95% dos garotos e garotas menores de 5 anos. A média de imunização em todo o país foi de 95,7% do público alvo. Mas a segunda dose é indicada para todas as crianças, não apenas quem tomou as gotinhas deve comparecer aos postos no sábado.
O reforço é importante porque a poliomielite é transmitida por três tipos de vírus. Apesar de a vacina (1)proteger contra todos, a criança pode não desenvolver imunidade com relação a um deles de imeditato. E, ao tomar mais de uma dose, tem oportunidade de se proteger melhor. O Ministério da Saúde recomenda que crianças que estejam com febre ou alguma infecção procurem um médico antes de receberem as gotinhas. Sob orientação profissional, a vacinação desse paciente pode ser adiada para quando ele estiver melhor.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), não há circulação do vírus da poliomielite no Brasil e em toda a América Latina. A doença está extinta no DF desde 1987. Mas é importante manter a vigilância e as crianças imunizadas, porque ainda ocorre transmissão constante em quatro países, segundo o Ministério da Saúde: Afeganistão, Índia, Nigéria e Paquistão. Além disso, outros 15 países da Ásia e da África têm registro de casos importados. Em 2008, a OMS identificou 1.652 casos de paralisia infantil em todo o mundo.
Para a chefe do Núcleo de Imunização da Secretaria de Saúde, Ana Maria Rocha Oliveira, o fato de a doença estar extinta do Brasil faz com que os pais não deem a atenção devida à vacinação. ;As pessoas acham que não há mais risco de os filhos ficarem doentes. Mas o vírus ainda existe e corre o risco de ser reintroduzido no país;, afirma Ana Maria. Segundo ela, desde 2005 os índices de participação na campanha vêm caindo. No ano passado, o DF só atingiu a meta, e vacinou 96,2% das crianças, na primeira etapa. Na segunda fase, o índice de imunização ficou em 86,1%.
Campanha
A campanha de vacinação, que foi reforçada no último domingo, é promovida pelo Ministério da Saúde. O governo federal gastou R$ 12 milhões em peças publicitárias que começaram a ser veiculadas em emissoras de rádio e TV no fim de semana, com o slogan: ;Não dá pra vacilar. Mais uma vez, tem que vacinar;. No DF, a Secretaria de Saúde enviou ofício para as regionais de saúde reforçarem, em carros de som, o pedido para os pais levarem os filhos aos postos. Um total de 2,7 mil pessoas vão trabalhar no sábado para receber os pais nos postos de saúde. A Secretaria de Saúde pede aos pais que levem o cartão de vacinação da criança para que os enfermeiros chequem se eles estão com todas as vacinas em dia.
1 - Imunização gratuita
A vacina contra a poliomielite é oferecida gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e está disponível durante todo o ano nos postos de saúde. Os bebês devem receber as doses aos dois, quatro e seis meses. Aos 15 meses, as crianças recebem o primeiro reforço. E, até os cinco anos, devem tomar anualmente as duas doses distribuídas na Campanha Nacional de Vacinação.
ONDE VACINAR
Para conferir onde fica o posto de saúde mais próximo da sua casa, acesse: www.saude.df.gov.br