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Garoto morto por cachorros será enterrado nesta tarde

O sepultamento de Vinícius Dantas Lopes, 2 anos, está marcado para às 14h desta sexta-feira (4/9), no Cemitério de Planaltina de Goiás. A criança morreu ontem após o ataque de dois cães, um pit bull e um rottweiler, no quintal da chácara onde morava, na zona rural da cidade. A tragédia reacendeu um debate antigo: raças perigosas devem ou não ser proibidos?

A assessora parlamentar Sintia Maria Gonçalves, que auxiliou a família de Vinícius com os procedimentos de funerária, apela para que líderes da comunidade elaborem leis para coibir a criação de animais ferozes em residências. ;Esses cachorros apresentam atitudes violentas e deviam ser proibidos de serem criados em casas;, expressa. A família ainda não sabe o que vai fazer com os animais.

Prorpietário de uma cadela da raça bull dog, o internauta José Luiz enviou um e-mail criticando a ação da polícia em relação apresença de cães em locais públicos. Ele relatou que, há três semanas, passeava com ela na rua quando um Pit Bull solto e sem um dono surgiu e se aproximou com a intenção de brigar. "Se meu cão fosse macho teria havida uma briga terrível", disse.

[SAIBAMAIS]Segundo ele, a cachorra estava presa e não reagiu, mas a presença de um animal feroz sem o dono causou preocupação. "Se eu a tivesse pego no colo talvez esse Pit pulasse na gente e mordesse inclusive o meu rosto", disse.

O internauta contou que ligou para 190, mas o policial que o atendeu informou que só poderia enviar uma viatura caso o cão atacasse alguém. "Um pit bull solto e sem dono tem que primeiro atacar alguém para a polícia fazer alguma coisa?, questionou.

O policial teria, então, o orientado a ligar para o Centro de Zoonoses. "Pedi o telefone e a atendente me disse que eles não forneciam essa informação, que era para eu ligar para o 102. Liguei para o 102 e eles não têm o telefone da zoonoses."

José Luiz ficou indignado porque na última vez em que esteve no Parque da Cidade com a cadela, uma filhote de nove meses, acabou abordado por um guarda que a ele que se retirasse, pois ela estava sem focinheira. "Então minha cachorra é de uma raça dócil tem que andar com coleira e focinheira, mas um Pit Bull solto e sem supervisão do dono, apesar de todo o histórico de violência do animal, tem que primeiro atacar alguém para a polícia tomar alguma providência?", desabafou.

Por dentro da lei
O guarda do parque, no entanto, agiu de forma correta. Há uma lei distrital em vigor que proíbe cães sem coleira e focinheira em lugares públicos. Mas ela nem sempre é respeitada.

Atenção donos de cães bravos que deixam eles soltos por aí! Segundo o Código Penal Brasileiro, é crime ;expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e iminente;. Em caso de ataque, o Código Civil determina que o dono ou responsável pelo animal agressor deve pagar indenização por dano causado pelo bicho, caso não consiga comprovar que a vítima teve culpa. Se os animais forem selvagens ou sem dono, ninguém responderá pelo ataque. (Colaborou Naira Trindade)